Cotidiano

Região registra 10 casos suspeitos de dengue por dia

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Foz do Iguaçu – Conforme alertado semana passada pelo Jornal O Paraná, os casos de dengue na região oeste saltaram em mais de 30% em uma semana. No boletim do dia 16 de fevereiro, o oeste tinha 76 registros confirmados da doença. No boletim desta semana, subiram para 103, elevação de 36%, e os números prometem ser ainda mais preocupantes no boletim da próxima semana. Isso porque somente em Cascavel, onde havia 25 casos na semana passada, já são 41 agora.

A expectativa dos próprios municípios é de que o levantamento da semana que vem passe de 150 diagnósticos positivos apenas na região oeste, tendo em vista que são quase 2,2 mil registros suspeitos da doença nas Regionais de Saúde de Foz do Iguaçu (9ª Regional – onde estão 1.517 suspeitas), Cascavel (10ª Regional – com 415 casos suspeitos) e na de Toledo (20ª Regional – com 241 casos suspeitos). Isso significa que o oeste tem contabilizado duas suspeitas a cada cinco horas, ou dez delas por dia.

Um novo boletim da dengue deverá ser divulgado na metade da semana que vem, após o Carnaval.

Pico de casos

Segundo a médica-veterinária do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lucia Belmonte, a situação mais crítica para a dengue no Estado acaba de iniciar. “O pico de casos geralmente é diagnosticado nos meses de março, abril e maio, ou seja, estamos apenas entrando agora em um dos períodos mais perigosos. O alerta precisa chegar à população, para que cuide do quintal, do vaso de plantas, de onde os animais bebem água… A dengue é muito sério e mata. As pessoas nunca podem se esquecer disso. Esforços só dos municípios e do Estado não darão conta”, alerta.

Casos mais graves estão em Foz

A doença ainda não fez vítima fatal no Paraná neste ciclo epidemiológico, que se iniciou em agosto passado e segue até 31 de julho deste ano. Só que, dos 11 casos considerados mais graves no Paraná – sendo seis caracterizados como DAS (Dengue com Sinais de Alarme) e cinco como DG (Dengue Grave) -, sete deles estão na região oeste: todos em Foz do Iguaçu. Por lá já foram cinco identificados casos como DSA e dois DG. “Essa é mais uma situação de alerta máximo, significa que os casos graves e com sinais de alarme estão sendo registrados, ou seja, o vírus está circulando”, destaca a médica-veterinária do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lucia Belmonte.

“No Brasil todo há registro do aumento da circulação do tipo den 2, ele não é a forma mais agressiva da dengue, mas toda vez que existe mudança no sorotipo circulante a tendência é para que tenhamos casos ainda mais graves”, explica.

Na fronteira

E, considerando a situação mais preocupante registrada da região de Foz do Iguaçu, especialmente devido à tríplice fronteira e por receber um elevado número de turistas, foi criado ali um comitê tripartite para discutir ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em Foz do Iguaçu, em Cidade do Leste, no Paraguai, e em Porto Iguaçu, na Argentina. “Hoje há essa integração e todos trabalham juntos no enfrentamento ao mosquito. É um grupo de trabalho articulado pela Itaipu que tem reforçado suas ações porque há casos da doença em todas essas cidades”, acrescenta.

Fumacê e mobilização

Até a semana passada, apenas as Regionais de Francisco Beltrão, de Londrina, de Campo Mourão e do Litoral haviam solicitado a aplicação do fumacê, mas municípios da região oeste já fazem essa articulação, como é o caso de Cascavel.

Neste sábado (2), o Município fará uma atuação especial na região dos Bairros Alto Alegre Palmeiras, onde está a maior concentração dos registros da doença até agora.

Infestação de mosquito surpreende

Para a veterinária Ivana Lucia Belmonte, é importante observar também o elevado índice de infestação dos mosquitos que neste ano tem sido maior que em anos anteriores. “Há registro de muita chuva e isso facilita a proliferação do vetor, aumenta a incidência de mosquitos que, neste ano, está maior considerando o período do ano. Eles podem se replicar com muita facilidade, tomam conta mesmo, e isso justifica infestações tão elevadas como em Cascavel, por exemplo”, explica.

Ivana lembra ainda que os agentes fazem visitas a cada dois meses às residências, só que o ciclo de reprodução do mosquito é de uma semana, por isso a atenção precisa ser reforçada no intuito de se eliminar os focos o mais rápido possível.

Chikungunya e zika

Quanto aos casos de chikungunya e de zika, eles permanecem os mesmos no boletim atual. Dos quatro confirmados à chikungunya no estado, dois são de Foz do Iguaçu de onde também vem o único caso de zika confirmado no Paraná no atual ciclo epidemiológico.

Paraná confirma mais um caso de febre amarela

Curitiba – O boletim epidemiológico que monitora a ocorrência de febre amarela no Paraná registra mais um caso da doença – agora já são cinco -, desta vez em Curitiba, mas com contaminação em Adrianópolis, onde já havia dois casos. Os outros dois estão em Antonina e Campina Grande do Sul; nestes, as pessoas foram contaminadas em Guaraqueçaba.

Para intensificar a vacinação, que é a única prevenção contra a doença, a Secretaria de Estado da Saúde recomenda que as equipes façam busca ativa principalmente nas áreas rurais. E para apoiar o município de Adrianópolis, a secretaria enviou um veículo e uma equipe para percorrer as zonas mais remotas em busca de pessoas não vacinadas.

Desde o início deste ano foram notificados 168 suspeitos de febre amarela em todo o Estado. Desses, 115 foram descartados e 48 prosseguem em investigação. Em macacos foi confirmada a presença apenas nos animais encontrados mortos em Antonina, em janeiro. Há 13 casos em investigação.

Em São Paulo houve 503 casos da doença em 2018; com 176 mortes. Neste ano, de janeiro a 15 de fevereiro, foram confirmados 38 casos, com nove mortes no estado vizinho.

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