RIO – Com investimentos de aproximadamente US$ 1 bilhão, saiu de Cingapura ontem rumo ao Brasil o navio-plataforma (FPSO) Pioneiro de Libra, de propriedade da Odebrecht Óleo e Gás e da Teekay Offshore Partners. A embarcação, que deve chegar ao país em 65 dias, será usada para realizar testes em Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, no que marca a primeira produção de óleo na região, que tem reservas estimadas em 8 bilhões a 12 bilhões de barris. Apesar de a Odebrecht e suas subsidiárias terem sido suspensas de licitações de empresas públicas, Jorge Mitidieri, diretor superintendente de Serviços Integrados da Odebrecht Óleo e Gás, explicou que o projeto não foi afetado porque o contrato foi assinado em setembro de 2014. O executivo reconhece que o objetivo da empresa é voltar a participar de concorrências da Petrobras no futuro próximo.
petroleo_2803? Ainda estamos discutindo e conversando com quem de direito para poder tentar promover o desbloqueio. Esse projeto de Libra mostra a capacidade de entrega, de execução de projetos da Odebrecht Óleo e Gás, e a gente tem certeza de que seria benéfico não só para nós, mas para o mercado como um todo, que a gente pudesse participar de licitações ? disse.
Segundo fontes do setor, a Odebrecht Óleo e Gás negocia com credores uma recuperação extrajudicial. Em nota, a companhia afirma apenas que mantém ?negociações construtivas? com os credores “com o objetivo de fortalecer sua posição financeira de curto e longo prazo em meio ao desafiador cenário da indústria de óleo e gás”. A dívida é estimada em cerca de US$ 5 bilhões, segundo fontes.
No momento, a Odebrecht Óleo e Gás tem 11 unidades, das quais dez em operação para a Petrobras. O FPSO Pioneiro de Libra terá capacidade de produção de 50 mil barris de óleo por dia. A embarcação foi construída integralmente no estaleiro Jurong, em Cingapura. Segundo Mitidieri, como se trata de um navio-plataforma para testes de produção, a exigência de conteúdo local era de 5%, mas a joint-venture com a Teekay Offshore Partners atingiu 7%.
Segundo fontes, a companhia decidiu partir para uma solução extrajudicial porque optou por soluções internas. Essa lógica vale para as outras empresas do grupo, destacou essa mesma fonte.
– As dívidas são elevadas, estão com prazo curto de vencimento. A companhia vem sofrendo, assim com outras empresas do setor, com a retração na indústria do petróleo. São dívidas de cerca de US$ 5 bilhões, com vencimento até 2022 – disse uma fonte.
Essa mesma fonte destacou que o estaleiro Paraguaçu, na Bahia, controlado pela Odebrecht, já entrou em recuperação extrajudicial para renegociar a dívida dos credores.
Cotidiano
Primeira plataforma de Libra, do pré-sal, está a caminho do Brasil
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