Na quinta-feira (18), Bolsonaro disse que nos próximos dois meses o governo vai estudar uma maneira definitiva de buscar zerar o imposto sobre os combustíveis: “Vamos contrabalancear esses aumentos, no meu entender excessivo, da Petrobras. Mas eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras, se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, você tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, disse.
As declarações de Bolsonaro tiveram impacto na bolsa de valores brasileira, a B3, que caiu 0,64% nesta sexta, puxada pelo recuo de mais de 6% nas ações preferenciais e de 7,5% nas ações ordinárias da Petrobras.
A substituição, segundo Bolsonaro, deve acontecer após o encerramento do ciclo, de dois anos, do atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O conselho de administração da companhia se reúne na próxima terça-feira (23) para decidir sobre a recondução do presidente da companhia por mais dois anos.
É um procedimento padrão, realizado a cada dois anos, previsto nas regras da política de indicação dos membros do conselho fiscal, conselho de administração e diretoria executiva da Petrobras. Castello Branco assumiu a presidência da estatal em janeiro de 2019, por isso precisaria ser reconduzido em 2021 a mais dois anos. Mas, segundo indicou Bolsonaro, o nome dele vai ser substituído pelo do general Silva e Luna.
O conselho de administração, contudo, pode não acatar a sugestão de mudança defendida por Bolsonaro. Eles têm essa autonomia, segundo o estatuto da Petrobras. O conselho é formado por membros indicado pelo governo, acionistas e empregados. O nome de Castello Branco sempre foi bem-visto entre os conselheiros.