Cotidiano

Nova exigência: Apenas cinco autoescolas têm simulador no Estado

Resolução nacional começou a valer em 1º de janeiro deste ano

Cascavel – Menos de 1% das 788 autoescolas do Paraná possuem o simulador de direção instalado. Apenas cinco delas, nas cidades de Curitiba, Chopinzinho, Pato Branco, Guarapuava e Quatro Barras são as que já têm em funcionamento os novos equipamentos exigidos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), conforme dados do Detran (Departamento de Trânsito do Paraná). Ainda há outros 150 projetos aprovados em diferentes municípios paranaenses, que em breve terão o aparelho disponível.

Válida a partir de 1º de janeiro de 2016, a nova exigência obriga o uso de simuladores de direção na categoria B (automóveis) para a obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

“É uma forma de o aluno enfrentar diversas situações como neblina, chuva, ultrapassagem, entre outras, antes mesmo de dirigir um veículo”, explica o gerente executivo do Sindicato das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores do Estado do Paraná, Osmar Marcondes.

No modelo atual são exigidas 20 aulas de direção veicular e cinco no simulador, além de 45 horas/aula teóricas (obrigatórias antes do início das aulas práticas),  teste psicotécnico e de visão. Para isso, é necessário que os proprietários façam adequações nas salas de aula e adquiram o equipamento. No Paraná, segundo Marcondes, as implantações estão sendo feitas regionalmente, já que o processo é bastante burocrático.

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Além de modificar o ambiente onde o simulador será instalado, com salas de isolamento acústico, outra justificativa dos proprietários de CFCs é o alto custo do equipamento. O preço varia de R$ 35 mil a R$ 40 mil, e todo esse investimento pode pesar no bolso de quem busca o serviço.

De acordo com o vice-presidente da Associação das Autoescolas do Paraná, Claudeir Santos, o aumento no valor da CNH categoria B pode chegar a R$ 500. O valor atual é de R$ 1,8 mil, que com o reajuste pode chegar a R$ 2.300, um acréscimo de 28%. “Com certeza mais tarde as autoescolas vão ter que repassar esse aumento aos alunos, pois o gasto com o simulador será muito alto”, relata Santos.

Por sua vez, algumas autoescolas do Paraná que já ofertam o equipamento aos alunos encontraram uma maneira de manter o valor da CNH mesmo com o simulador em funcionamento. A diretora de uma autoescola em Pato Branco, no sudoeste do Estado, Claudia de Bortoli, comenta que utilizá-lo em forma de comodato é muito mais barato.

“Outro CFC possui dois simuladores e todas as autoescolas da cidade – oito no total – compartilham o equipamento, e como o valor é alto, sai bem mais em conta pagar aluguel”, relata.

O contrato de comodato foi feito com a empresa paulista Pró-simulador. A mesma situação ocorre em Chopinzinho, onde três autoescolas usufruem do mesmo simulador. “Duas delas são da cidade e outra de Saudade do Iguaçu. O que nos fez decidir pelo comodato foi o fator econômico, que facilitou bastante”, relata o proprietário de um CFC, Marcos Filimberti.

Em Cascavel, uma autoescola possui o equipamento. No entanto, o Detran/PR não repassou nenhuma informação sobre seu funcionamento.

“Somos contra”

A Associação das Autoescolas do Paraná é contrária à decisão do Contran. Segundo o vice-presidente Claudeir Santos, o pedido de revogação da resolução nacional está no Congresso. Caso não seja aprovado, a entidade irá acionar a Justiça Federal.

“No Código de Trânsito Brasileiro não são exigidas aulas em simulador de direção, então por que o Contran pede isso às autoescolas?”, indaga o vice-presidente.

Ele ressalta que em 2014 parlamentares conseguiram adiar a implantação desse serviço, tentativa que será repetida pela associação. O Detran/PR não possui autonomia para cancelar o uso do simulador. Já o Contran afirma que não há possibilidade de revogar a medida e que todas as autoescolas do País terão de se adequar ao novo método de ensino.