Cotidiano

Grécia quer voltar a vender títulos a investidores em 2017

2016 900432375-253956900_1-3.jpg_20160404.jpgATENAS – A Grécia pretende voltar a atuar no mercado de títulos no próximo ano, disse a um jornal grego neste sábado o primeiro-ministro Alexis Tsipras, depois de Atenas ter iniciado negociações com credores no começo da semana sobre como tornar mais gerenciável a dívida do país.

Fora dos mercados de crédito globais desde 2014, a Grécia assinou um terceiro pacote de ajuda multibilionário em julho passado.

O governo de esquerda de Tsipras espera concluir uma avaliação sobre seu progresso em reformas em um encontro com ministros das Finanças da zona do euro em 24 de maio, o que poderia liberar fundos no momento exato em que o país precisa fazer pagamentos à União Europeia, ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a fornecedores do governo.

A Grécia anseia que o encontro também traga progressos em medidas para aliviar os problemas com a dívida pública do país, que atingirá 182,8% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, de acordo com previsões da Comissão Europeia.

? Retornaremos aos mercados em 2017 ? afirmou Tsipras em uma entrevista ao jornal ?Realnews?.

O ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, disse no ano passado que um compromisso de longo prazo para reduzir a dívida da Grécia com países da zona do euro era crucial para restaurar a confiança dos investidores no país e que Atenas poderia começar a tomar empréstimos no mercado de títulos no fim de 2016.

Neste momento, notas do tesouro são a principal fonte de financiamento de curto prazo da economia grega.

Tsipras foi reeleito em setembro prometendo mitigar o impacto da austeridade sobre os gregos, que já convivem com cinco anos de cortes orçamentários e aumentos de impostos.

? Podemos parar de depender da ajuda externa de uma vez por todas antes do fim do programa, em agosto de 2018 ? afirmou Tsipras.

Em entrevista a outro jornal local, o vice-primeiro ministro Yannis Dragasakis disse que Atenas quer um acordo de alívio de suas dívidas, o que poderia ajudar a acessar os mercados de dívida em 2017 e permitir superávits primários sustentáveis no orçamento do país.