WASHINGTON ? O diretor de orçamento da Casa Branca confirmou neste sábado que o presidente dos EUA, Donald Trump, proporá reduções dramáticas no orçamento de ajuda externa dos Estados Unidos. A imprensa já havia adiantado que o governo planejava levar cortes de cerca de um terço nos orçamentos do Departamento de Estado e da Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) à avaliação do Congresso. Desde a campanha presidencial, o republicano adotou um tom altamente nacionalista e protecionista e, agora, já dá os primeiros passos neste sentido no início do seu mandato.
? Vamos propor a redução em ajuda externa e vamos propor gastar este dinheiro aqui ? disse o diretor de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, à Fox News, acrescentando que os cortes propostos incluem “reduções dramáticas na ajuda externa”.
Mulvaney disse ainda que os cortes na ajuda externa auxiliariam o governo a financiar a expansão de US$ 54 bilhões proposta para o orçamento militar.
? A mensagem é bem objetiva: menos dinheiro gasto em outros países significa mais dinheiro gasto aqui ? disse.
Os Estados Unidos gastam pouco mais de US$ 50 bilhões de dólares anualmente com o Departamento de Estado e a Usaid. Já o Pentágono, por sua vez, recebe bem mais: US$600 bilhões ou mais por ano.
Na última semana, vários republicanos no Congresso levantaram preocupações sobre os planos de cortar recursos do Departamento de Estado.
? Estou muito preocupado com relatos de profundos cortes que podem prejudicar os esforços para combater o terrorismo, salvar vidas e criar oportunidades para trabalhadores americanos ? disse o deputado republicano Ed Royce, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara.
Na contramão, no entanto, o senador Marco Rubio, republicano da Flórida, tuitou mais cedo nesta semana: “Ajuda externa não é caridade. Precisamos assegurar que é bem gasta, mas custa menos de 1 por cento do orçamento e é crítica para nossa segurança nacional”
Um site do governo americano diz que 20 agências governamentais planejam conceder US$ 36,5 bilhões em programas de assistência externa em mais de 100 países ao redor do mundo durante o atual ano orçamentário.