BRASÍLIA – O governo pretende apresentar uma proposta de reforma da Previdência em duas semanas. Nesta quarta-feira, no Planalto, houve o primeiro encontro com o grupo de trabalho constituído: representantes de centrais sindicais, Trabalho, Previdência, Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Dieese.
As centrais serão assessoradas pelo Dieese na próxima segunda-feira, em São Paulo, e têm oito dias para apresentar demandas ao governo, que deverá bater o martelo no próximo dia 3.
O grupo ainda está em fase de apresentação de propostas. De um lado, o governo mostrou os números da Previdência. Do outro, as centrais sindicais (Centrais Sindicais Brasileiras, Nova Central Sindical de Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores e Força Sindical) aventaram outras formas de arrecadação, como rever filantropias, legalizar jogos de azar e evitar sonegações. Primeiro, o governo quer centrar o debate na reforma previdenciária. A próxima será a trabalhista.
? Nós temos que em direito adquirido não se mexe. Expectativa de direito ou direitos em construção, neste é que a gente pode trabalhar ? disse Padilha.
No último dia 26, antes de assumir a Presidência interinamente, Temer já havia recebido no Palácio do Jaburu os presidentes das centrais sindicais. Um dia antes, movimentos sociais – entre eles, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – estavam no Planalto com a então presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, fora da agenda oficial.
Na última segunda-feira, Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Eliseu Padilha (Casa Civil) receberam no Planalto presidentes de centrais sindicais. A CUT e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) recusaram o convite do governo e não foram à reunião, alegando que a gestão interina é “golpista”.
No encontro, foi decidida a criação de um grupo de trabalho para fazer uma proposta de reforma previdenciária em até 30 dias. Na terça, foram indicados os representantes dessa comissão, e nesta quarta esse grupo reuniu-se pela primeira vez. Além dos membros das centrais, também compareceram representantes da Previdência, Fazenda, Trabalho, Planejamento e Dieese.
CNI: 65% APOIAM IDADE MÍNIMA
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 75% dos entrevistados preferem mudanças nas regras de aposentadoria para garantir a sustentabilidade do regime, 65% apoiam idade mínima para aposentar-se e 72% são favoráveis à equiparação das regras para todos os trabalhadores.