BRASÍLIA – A reforma do PIS/Cofins deve ter um efeito líquido positivo na geração de empregos, afirmou, nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ao participar de evento de inauguração do novo escritório da Bloomberg em Brasília, ele rebateu críticas de entidades que representam o setor de serviços. Elas afirmam que as mudanças propostas pela equipe econômica na tributação do PIS/Cofins poderiam provocar aumento de carga tributária e perdas de postos de trabalho.
? Esperamos que o efeito líquido na geração de emprego seja positivo ? disse o ministro.
A ideia de reforma em estudo no governo é que os dois tributos sejam unificados e as alíquotas, hoje em 3,65% (PIS) e 9,25% (Cofins), sejam elevadas. Para compensar esse aumento, seria criado um sistema de abatimento de créditos pelo qual as empresas poderiam descontar todas as compras de insumos dos impostos pagos. Isso, no entanto, preocupa o setor de serviços. Como o maior gasto dessas empresas é com mão de obra e não com insumos, elas teriam pouco crédito a abater e acabariam oneradas.
Segundo cálculos o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), as mudanças poderiam provocar uma perda de 2 milhões de empregos no setor de serviços. Meirelles disse que não viu os números, mas que o IBPT deve ter embutido no cálculo algum aumento de carga tributária. Mas a intenção do governo, disse ele, é melhorar o cenário para as empresas:
? Eu não sei quais são as hipóteses de trabalho para levar à conclusão de que uma reforma levaria a uma perda de empregos. Não ficaria surpreso se ali estiver embutido um aumento da carga. Mas o que fizermos será feito para simplificar e melhorar.