Cotidiano

Governadora de Roraima pede a Temer transferência de detentos do PCC

BOA VISTA ? Em ofício encaminhado nesta segunda-feira ao presidente Michel Temer e ao ministro de Justiça Alexandre de Moraes, a governadora de Roraima, Maria Suely Silva Campos (PP) pediu a transferência de oito detentos do PCC para presídios federais, suspeitos de estarem envolvidos na morte de 33 presidiários na madrugada da última sexta-feira.

No texto, a governadora disse não poder garantir a segurança dos 1,4 mil presos atualmente recolhidos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), por isso reafirmou o pedido de envio de cem policiais da Força Nacional de Segurança ao estado para auxiliar a PM local.

“Garantir a integridade física daqueles que estão sob a guarda do Estado é uma prioridade imediata. Todavia, não podemos fazê-lo de forma plena, sem comprometermos o policiamento ostensivo que atua na proteção de nossa população, tendo em vista que 13% do efetivo da Polícia Militar de Roraima encontra-se destinado para a companhia de guarda do sistema prisional.

Em entrevista coletiva, o secretário de de Justiça e Cidadania, Uriel Castro, disse acreditar que o envio de tropas “é questão de tempo” e depende apenas de acerto logístico do Ministério da Justiça.

Ele informou necessitar que a atuação de presos ocorra dentro da unidade prisional, apesar do ministro Alexandre de Moraes ter declarado que a Força Nacional não poderia atuar dentro de presídios. Para o secretário, é necessário que o grupo participe do policiamento “dentro e fora do presídio”, que ele admite estar em condições “desumanas”.

No ofício enviado ao governo federal, Maria Suely Campos mencionou que a corporação atuou em crise prisional no Ceará. O governo deseja que a transferência de presos ocorra com urgência, bem como o envio de tropas, para tentar evitar nova matança na unidade prisional.

A governadora pediu, ainda, mais R$ 9,9 milhões além de R$ 44 milhões já liberados pelo Governo Federal para concluir um anexo à Cadeia Pública de Boa Vista e oferecer 660 novas vagas. Os recursos já liberados serão usados para refazer alas destruídas em outras rebeliões no Pamc.