O Setor Controle e Combate às Endemias da Secretaria de Saúde de Toledo divulgou nesta quinta-feira (19) o balanço dos casos de dengue no município no último ano epidemiológico, compreendido entre 31 de julho de 2020 e 30 de julho de 2021. Foram registradas 515 notificações, sendo 449 delas descartadas. Apenas 11 casos importados e 55 autóctones (contaminados no município) foram registrados, totalizando 66 pessoas confirmadas no período.
Ao comparar com o ano anterior (julho de 2019 a julho de 2020) nota-se uma diferença de 98,64% a menos no número de casos. Dos 4.863 casos confirmados na época, 4.800 foram autóctones e 63 importados (contraídos fora do município).
Mesmo sabendo que a epidemia da dengue acontece em ciclos, a coordenadora de Endemias de Toledo, Lilian Konig, atribui o bom resultado dos números em Toledo ao esforço conjunto entre poder público e população, visto que vários municípios da região tiveram epidemia de dengue neste ano. “Em Toledo estamos trabalhando para evitar que o mesmo aconteça aqui”, afirma Lilian.
Ouvidoria
Desde janeiro deste ano, uma equipe cuida apenas de reclamações (uma espécie de ouvidoria do setor). Também são responsáveis pelas demandas do 156, a ouvidoria do município. O contato direto do setor de Endemias é pelo telefone (45) 3378-8367.
Só este ano foram registradas 535 denúncias desde 4 de janeiro. Destas, somente duas não foram resolvidas pelo setor, os processos foram encaminhados ao Ministério Público.
A coordenação de Endemias informou que a grande maioria das ocorrências envolviam descuidos com piscinas e cisternas abertas, além de caixas d’água e depósitos de lixo em geral.
Ecoponto Itinerante
O resultado dos trabalhos envolvem várias ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Endemias (ACE) em parceria com a Vigilância Epidemiológica e com a Secretaria do Desenvolvimento Ambiental e Saneamento (SMDAS).
Uma das ações pontuais realizadas em conjunto para tentar bloquear a proliferação de focos e possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti foram do Ecoponto Itinerante.
Lilian Konig relatou a ação desenvolvida no Independência no início do ano. O jardim estava com 33% de índice de infestação para o Aedes aegypti no primeiro LIRA realizado em janeiro. Após as ações desenvolvidas naquela região, zerou o percentual de infestação no segundo LIRA do ano, realizado na última semana de abril.
Cuidado com tempo seco
A coordenadora do Setor de Endemias alerta a população sobre a importância de se manter os cuidados mesmo durante o período de escassez de chuvas. “Se não tem água parada não tem dengue. O problema muitas vezes está nos cuidados. Em anos com falta de chuvas a gente não se preocupa com a dengue e é justamente onde nos enganamos. Se o mosquito não encontrar a água limpa, ele vai desovar na água suja, na caixa de gordura ou onde for possível. Então é preciso realmente ficar atento o ano todo, independente do clima”, alerta.
“No inverno achamos uma piscina com água congelada e com larvas do mosquito. Ele está cada vez mais resistente. O ovo do Aedes aegypti dura em média 464 dias e ao olho nú a gente não enxerga. Por isso a importância de lavar o pote dos animais, as fontes, vasos das plantas uma vez por semana e ficarmos sempre atentos”, reforça.
Agendamento
Para facilitar o trabalho dos agentes de endemias e dar mais segurança para o cidadão, a Secretaria de Saúde disponibiliza um sistema de agendamento, onde a pessoa pode agendar a visita do agente. De janeiro a agosto deste ano, foram recuperados 1573 imóveis que antes estavam fechados e os agentes tinham dificuldade de vistoriar.
Notificações
Foram realizadas 227 notificações de larvas de janeiro a agosto de 2021. Se houver reincidência, o proprietário do imóvel paga multa. Mesmo havendo colaboração por parte da população, ainda assim foram lavradas 15 multas a partir de R$250 (varia conforme número de focos encontrados)
Próximas ações
O Setor de Endemias deve realizar o terceiro LIRA na primeira semana de setembro. Está programado um Ecoponto Itinerante no dia 18 de setembro no São Pelegrino. Na semana que antecede a ação, as equipes farão a divulgação e um arrastão de diagnóstico na região. A intenção é fazer um Ecoponto por mês, mas um cronograma ainda será montado e divulgado para a população.