Cotidiano

Cooperativas da região Oeste faturaram R$ 16 bilhões em 2015

Resultado corresponde a 45% do PIB estimado nos 50 municípios da região

Palotina – Mesmo em um ano de dificuldades e de instabilidades política e econômica, as cooperativas agropecuárias mais uma vez evidenciam a sua força e a solidez do seu projeto de compartilhamento.

As seis maiores da variante agropecuária do Oeste do Paraná faturaram, em 2015, R$ 16 bilhões, ou 45% do PIB estimado para o exercício nos 50 municípios da região, próximo dos R$ 35 bilhões. O crescimento médio é de 15% em comparação ao ano anterior e superior aos 11,8% registrados pelo sistema cooperativista no Estado, que é formado por 223 empresas.

O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, informa que o faturamento do ano passado, de R$ 56,5 bilhões, é significativo. No entanto, o volume de recursos que permanecerá no bolso dos cooperados é menor devido aos aumentos expressivos das tarifas públicas, das taxas de juros, da inflação e também de custos da energia, entre outros.

“Apesar de tudo, o movimento mostra sua força e sua importância econômica para o Paraná e para o Brasil”.

A C.Vale, de Palotina, faturou R$ 5,5 bilhões no ano passado, 18% a mais comparativamente ao exercício anterior. O número faz dela a maior da região e uma das mais importantes do País.

O maior crescimento em faturamento em 2015 foi da Lar, de Medianeira, de 31,15%, chegando à casa dos R$ 4 bilhões. Não fosse o momento de provações que o Brasil enfrenta, os resultados seriam ainda mais expressivos. No Estado, ele poderia ter sido R$ 1,5 bilhão maior. A Copagril, que atua na região centralizada por Marechal Cândido Rondon, faturou R$ 1,31 bilhão no ano passado, resultado 15% maior que o de 2014.

“Atingimos um número tão bom devido a muito trabalho e ao profissionalismo. No entanto, juros altos, mais tributos e serviços públicos mais caros afetaram o resultado esperado”, diz o diretor-superintendente Ricardo Sílvio Chapla.

Cooperados

Copacol, Coopavel e Primato também elevaram substancialmente seus faturamentos em 2015, mas há outro aspecto do cooperativismo que merece ser ressaltado. Está associado ao número de cooperados e de empregos que gera, o que contribui para o fortalecimento da economia de toda a região.

As seis cooperativas, juntas, contam com 46 mil cooperados e dão ocupação a quase 30 mil colaboradores. Inicialmente focadas na produção de commodities, as empresas agregaram valor à produção de grãos com plantéis animais. Em vez de grãos, as cooperativas exportam carne e faturam, dependendo da cotação do dólar, de três a quatro vezes mais.

Lar registra avanço de 31,15%

Na Assembleia Geral Ordinária realizada na tarde do último dia 29, em Medianeira, 439 associados presentes não tiveram muito trabalho em aprovar o Relatório e Balanço de 2015, por unanimidade, em voto aberto.

O resultado financeiro (já era de conhecimento quando da realização das 23 pré-assembleias nas unidades da Lar no Paraná e Mato Grosso do Sul) apresentou um faturamento R$ 4,05 bilhões, o que representa um crescimento de 31,15% em relação ao ano de 2014.

Os resultados financeiros, na ordem de R$ 74,4 milhões serão divididos entre os 9,9 mil produtores associados, considerando as sobras (R$ 21,4 milhões), bonificações (R$ 18,15 milhões), jubilados (R$ 2,7 milhões) e conta capital (R$ 32,15 milhões).

A recepção de soja, nos silos e armazéns, teve um crescimento de 17,8%, chegando ao volume superior a um bilhão de toneladas; o milho teve o recebimento de uma safra de 1,5 bilhão de toneladas, ou um aumento de 22,7% em relação a produção de 2014.

Na pecuária, exceção à atividade leiteira, com uma queda de 10%, resultado atribuído a greve dos caminhoneiros em abril de 2015, no entanto, tanto na avicultura, bem como na suinocultura, o crescimento foi altamente significativo.

O número de frangos abatidos na Unidade Industrial de Aves teve um aumento de 20,7%, o correspondente a 84 milhões de aves; na base, o número de avicultores saltou para 835, um acréscimo de 19,8%. Em uma época de desemprego, a Lar Cooperativa gerou 1.406 novos postos de trabalho, fechando o ano com 8.707 funcionários.

(Com informações de Jean Paterno)