BRASÍLIA – As contas públicas fecharam novamente no vermelho. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central mostram que o setor público registrou um déficit de R$ 22,267 bilhões em agosto, recorde histórico. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, o rombo é de 58,859 bilhões, também o pior para o período desde que a série começou a ser medida, em dezembro de 2001.
Em 12 meses, o resultado é negativo em R$ 169 bilhões ou 2,77% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do esperado pelo governo para todo este ano. A meta fiscal para 2016 é um déficit de R$ 163,9 bilhões. Esse rombo é composto por um déficit de R$ 170,5 bilhões do governo central (que reúne Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) e por um superávit de R$ 6,6 bilhões dos estados e municípios.
A equipe econômica, no entanto, já sabe que, por conta da renegociação das dívidas e de várias liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), esses valores serão menores. A nova previsão é de R$ 800 milhões. Com uma contribuição menor dos estados, o governo corre o risco de não conseguir cumprir o déficit esperado para o setor público.
Segundo o relatório, o governo central teve um resultado negativo de R$ 22,1 bilhões. Os governos regionais também fecharam o mês no vermelho, em R$ 653 milhões. As empresas estatais, por sua vez, tiveram desempenho positivo no mês, de R$ 529 milhões, puxado sobretudo pelo resultado das empresas estaduais.
No ano, o governo central acumula déficit de R$ 67,9 bilhões e as estatais de R$ 1,1 bilhão. No ano, estados e municípios ainda registram um superavit de R$ 10,3 bilhões. Esse desempenho positivo, no entanto, deve ser revertido nos próximos meses.
A dívida bruta do governo alcançou R$ 4,27 trilhões em agosto, o equivalente a 70,1% do PIB. O número representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês passado.