BRASÍLIA – Dirigentes do PSDB disseram ao GLOBO que a ida do deputado Antônio Imbassahy para o núcleo duro do governo é uma resposta a ?bobagens?, como a de que o PSDB quer derrubar Michel Temer para que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assuma um mandato tampão. O acerto com Temer é que a Secretaria de Governo seja turbinada e assuma todas as questões federativas, novas atribuições para a sub-secretaria de pequenas e micro-empresas – que já foi ministério e hoje está vinculada à Secretaria de Governo – e o terceiro ponto será a interlocução com os movimentos sociais, feita nos governos petistas pelo ex-ministro Gilberto Carvalho.
Temer vai editar uma Medida Provisória definindo as novas atribuições da pasta ocupada por Geddel Vieira Lima, deixando em segundo plano a prioridade de cuidar de nomeações, para incrementar a pauta federativa e ter um forte discurso social, que é o maior interesse do PSDB nesse momento. Os tucanos dizem que o pano de fundo é o PSDB estar no núcleo duro do governo, participar da elaboração das políticas econômicas e sociais de governo.
ConteudoGeddel 30-11– Temos que entrar para valer e acabar com essas bobagens que só interessam aos adversários, de criar cizânia. Vamos fazer a travessias com Temer até o final, o que é bom para o país . Eu tenho o convencimento de que ou entramos para ajudar para valer o governo a fazer essa travessia, ou o governo terá muita dificuldade para fazer essa travessia. A secretaria de Governo terá outras atribuições, vamos turbinar a pauta federativa, dar um gás na subsecretaria de pequenas e microempresas, ter uma interlocução muito próxima com os empresários para agilizar a geração de empregos – disse um líder tucano ao GLOBO.
IMBASSAHY SUBSTITUIRÁ GEDDEL
O presidente Michel Temer deve anunciar ainda nesta quinta-feira que líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA) assumirá a Secretaria de Governo no lugar do demissionário Geddel Vieria Lima (PMDB-BA). O nome foi acertado entre Temer, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
? Michel gosta dele, ele é muito experiente e habilidoso, tem boa circulação no Congresso e no PSDB, e tem uma trajetória inatacável ? comentou um tucano da cúpula partidária.
Geddel, o último ocupante do cargo, pediu demissão após se envolver em crise política na qual pediu ao ministro Marcelo Calero (Cultura), também demissionário, para ajudar na liberação de um empreendimento no qual tinha comprado um apartamento.