NATAL ? Dois dias depois de o Rio Grande do Norte parar de registrar novos ataques contra veículos e prédios públicos, a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do estado investiga se um incêndio ocorrido na madrugada deste domingo em Senador Georgino Avelino, município localizado a 50 quilômetros de Natal, tem relação com a facção criminosa responsável pela série de atos de vandalismo registrada na última semana. Segundo o site ?G1?, as chamas destruíram um ônibus, um caminhão e uma retroescavadeira em uma garagem da prefeitura.
?Tudo indica que foi um incêndio criminoso, causado por ação humana, mas ainda não podemos atribuir o ato a nenhuma facção?, informou a secretaria ao portal de notícias. O tenente-coronel Genilton Tavares, comandante da PM na região, disse que a suspeita é de incêndio criminoso, mas que a investigação cabe ao delegado de Polícia Civil da cidade.
Nas últimas semanas, Natal e cidades do interior do estado viveram uma onda de ataques motivados pela instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim. O primeiro caso ocorreu em 29 de julho. Desde então, foram registradas 107 ocorrências em 37 cidades. Pelo menos 100 pessoas foram presas. Na quarta-feira, tropas formadas por mil homens do Exército e 200 da Marinha passaram a reforçar a segurança no estado.
De acordo com o ?G1?, 21 detentos apontados como chefes da facção criminosa que reivindica os ataques ocorridos no estado deixaram o Rio Grande do Norte na manhã deste sábado. Eles foram transferidos para os presídios federais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Em entrevista ao portal de notícias, o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social, Ronaldo Lundgren, afirmou que a onda de ataques é resultado de ?anos de descaso? e da ?falta de atenção e de investimentos em segurança pública?. O GLOBO mostrou que capitais do Nordeste que sediaram a Copa, entre elas Natal, enfrentam aumento de criminalidade desde 2014. No Rio Grande do Norte, de 2014 para 2015, apesar de os homicídios terem caído 10% (de 1.506 para 1.356 casos), os casos de lesão corporal seguida de morte, por exemplo, aumentaram 80%, de 75 para 135 casos.
* Com informações do G1