PARANÁ

Ranking da pecuária: Paraná mantém hegemonia no frango

Descubra como o Paraná se tornou o maior produtor de frango do Brasil, respondendo por 34,1% do abate nacional - Foto: Ari Dias/AEN
Descubra como o Paraná se tornou o maior produtor de frango do Brasil, respondendo por 34,1% do abate nacional - Foto: Ari Dias/AEN

Paraná - O Paraná consolidou no segundo trimestre de 2025 sua posição de maior produtor de frangos do Brasil, respondendo por 34,1% de todo o abate nacional, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da liderança folgada, o Estado registrou redução de 13,2 milhões de cabeças em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo os desafios enfrentados pelo setor. Santa Catarina (13,7%) e Rio Grande do Sul (11,4%) ocupam as posições seguintes, seguidos por São Paulo (6,4%) e Goiás (5,2%).

A expressiva participação paranaense confirma a força regional da avicultura, sustentada por uma cadeia produtiva encorpada que integra desde a produção de grãos até o processamento e a exportação de carne. Mesmo diante da retração em números absolutos, o estado manteve ampla vantagem sobre os concorrentes, consolidando-se como peça central na segurança alimentar e nas exportações do agronegócio brasileiro.

O levantamento do IBGE mostra que o Brasil abateu 1,64 bilhão de frangos entre abril e junho, um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O desempenho reflete tanto a demanda interna aquecida quanto à força das exportações, ainda que com oscilações de preço no mercado internacional.

No ranking estadual, além do protagonismo do Paraná, destaca-se a Região Sul como polo da avicultura: juntos, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul responderam por quase 60% do abate total de frangos no período. A concentração produtiva nessa região reforça a vocação agroindustrial sulista, marcada pela integração entre pequenos produtores e grandes frigoríficos.

Bovinos: Mato Grosso na liderança

Embora o frango seja o carro-chefe paranaense, a pesquisa do IBGE detalha também os desempenhos de outras cadeias da pecuária nacional. No abate de bovinos, Mato Grosso segue na liderança com 16,7% da produção nacional, mesmo após queda de 85,4 mil cabeças em relação a 2024. O estado se beneficia da ampla disponibilidade de pastagens e do crescimento do abate de fêmeas, em especial novilhas. São Paulo (10,9%) e Goiás (10,1%) completam as primeiras colocações, seguidos por Mato Grosso do Sul (7,8%) e Minas Gerais (6,1%).

Números da Pecuária

Os dados consolidados do segundo trimestre reforçam a relevância da pecuária brasileira na economia. No período, foram abatidos 10,46 milhões de bovinos, crescimento de 3,9% frente a 2024. O abate de suínos somou 15,01 milhões de cabeças, alta de 2,6%.

O frango, principal proteína consumida no Brasil, chegou a 1,64 bilhão de cabeças abatidas. Já a captação de leite atingiu 6,50 bilhões de litros, expansão de 9,4%, e a produção de ovos alcançou 1,24 bilhão de dúzias, alta de 6,2%. Houve ainda a aquisição de 10,75 milhões de peças de couro, aumento de 4,6% no comparativo anual.

Paraná Forte

O protagonismo do Paraná no abate de frangos não é casual. O estado reúne condições favoráveis de clima e logística, além de concentrar uma das maiores produções de milho e soja do país, insumos fundamentais na alimentação das aves. Outro diferencial está no modelo de integração adotado pela indústria: empresas fornecem insumos e assistência técnica aos produtores, que garantem estabilidade na produção e abastecimento dos frigoríficos.

Ainda que tenha registrado queda em relação a 2024, a liderança paranaense permanece folgada. A redução de 13,2 milhões de cabeças pode estar associada a ajustes de mercado, custos de insumos e oscilação nas exportações, mas não compromete a posição de destaque do estado.

Além do frango, o Paraná se mantém entre os líderes nacionais em suínos, leite e ovos, reforçando sua importância para a segurança alimentar do país e para o equilíbrio da balança comercial. Essa diversificação torna o estado menos vulnerável às variações de mercado de um único produto e amplia sua competitividade no agronegócio.

Relevância nacional e internacional

A avicultura brasileira é uma das maiores do mundo e tem no Paraná seu principal motor. A qualidade sanitária do plantel, a eficiência produtiva e a capacidade de atender diferentes mercados colocam o país em posição estratégica no comércio internacional de carnes.

Enquanto o Brasil busca expandir sua presença em novos mercados, o desempenho do Paraná será determinante para manter a competitividade. A cadeia produtiva paranaense não apenas abastece o mercado interno como garante grande parte das exportações brasileiras, sobretudo para Ásia, Europa e Oriente Médio.

O relatório do IBGE reforça o papel do Paraná como protagonista da avicultura nacional. Mesmo diante de desafios conjunturais, o estado responde sozinho por mais de um terço do abate de frangos do país, posição que deve se manter no médio prazo.

A solidez da cadeia produtiva, o dinamismo do agronegócio regional e a integração entre produtores e indústria fazem do Paraná uma referência em produtividade e qualidade. Em paralelo, os números nacionais mostram uma pecuária diversificada e em crescimento, que segue como um dos pilares da economia brasileira.

SC é o maior produtor de suínos

Na suinocultura, Santa Catarina manteve a hegemonia com 28% do abate, consolidando-se como o maior polo produtor do país. O Paraná aparece em segundo lugar, com 21,7%, e o Rio Grande do Sul em terceiro, com 17,8%. Minas Gerais (7,2%) e Mato Grosso do Sul (5,6%) fecham o grupo dos cinco principais produtores.

Já na produção de leite, Minas Gerais se manteve como referência nacional, responsável por 23,8% da captação. O Paraná, novamente em posição de destaque, ocupou a segunda colocação com 15,7%, à frente de Santa Catarina (12,7%), Rio Grande do Sul (9,8%) e São Paulo (6,5%).

No caso dos ovos, São Paulo reafirmou sua supremacia com 25,6% da produção nacional, seguido por Minas Gerais (9,9%) e Paraná (9,3%). Espírito Santo (7,9%) e Pernambuco (5,8%) também figuraram entre os cinco maiores produtores.