Cascavel – Às vésperas do fim do vazio sanitário (10 de setembro), produtores se programam para iniciar o plantio da soja. A intenção é adiantar o plantio para emendar o cultivo do milho safrinha no início do ano que vem. O problema é a falta de chuva, pois não há previsão para os próximos 14 dias e, sem umidade, a semente não germina. “O produtor, via de regra, se choveu e o solo está úmido, no início de setembro ele já entra plantando a soja, especialmente na Costa Oeste. E especialmente esses produtores têm tido azar nos últimos anos, devido à estiagem logo no início de setembro. O plantio acontece mesmo com uma umidade eventual, mas depois vem uma estiagem severa”, explica a economista Jovir Esser, do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo da Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento) regional de Cascavel.
Engenheiro agrônomo e produtor, Eudes Edimar Capelleto aponta o risco alto de prejuízo para o plantio precoce e recomenda que os produtores tenham cautela: “Não há necessidade de antecipar o plantio. Sem previsão de chuva, mesmo não havendo um déficit tão grande de umidade no solo por conta do último registro, precisaríamos pelo menos 30 milímetros [de precipitação] para poder iniciar o plantio. O produtor precisa aguardar a chuva chegar, assim tem uma garantia de germinação e já começa bem. Se você plantar na terra seca, a probabilidade de ter problemas de germinação é grande e você já começa com prejuízo, pois não tem como consertar uma germinação ruim”, explica Eudes.
O engenheiro agrônomo lembra ainda que os produtores que adiantaram o plantio no ano passado enfrentaram o mês de setembro inteiro de estiagem. “Quanto mais cedo você planta, maior o risco de registrar uma produtividade menor. Ano passado, quem plantou cedo, teve muito prejuízo. A planta não germinou e a que germinou não se desenvolveu. Então, não vejo vantagem em plantar agora. A melhor soja é aquela que é semeada do dia 25 de setembro até 15 de outubro”, aconselha.
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