Reportagem: Juliet Manfrin
Corbélia – Os triticultores da região oeste do Paraná – a maior região produtora do cereal do País – têm mais um motivo para muita preocupação. Depois das fortes geadas no início de julho que dizimaram 51% das lavouras, agora é a vez de as lavouras penarem para se desenvolver diante da escassez de chuva. Para se ter ideia, o acumulado dos últimos 45 dias é de cerca de 20 milímetros na região, sendo que o ideal para o período seria pelo menos 150mm.
Os prejuízos com o frio intenso já são estimados em cerca de R$ 250 milhões, tendo em vista que eram esperadas 650 mil toneladas – 12% da produção nacional -, mas, logo após a consolidação das perdas, a previsão de colheita baixou para 325 mil toneladas.
Agora nem isso mais é garantido. Segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Seab de Cascavel José Pértille, das áreas hoje, 10% estão em floração, 50% em frutificação e 40% em maturação. Um panorama mais preciso sobre a cultura deve ser divulgado com o início colheita, daqui a 20 dias. “O trigo está sendo bastante castigado na nossa região, infelizmente”, lamentou.
Dentre as regiões mais atingidas com a falta de umidade no solo estão Cascavel, Corbélia e Ibema, onde esse cultivo é mais comum. A má notícia para quem vive do campo é que não previsão de chuva passa longe do oeste. A única possibilidade de precipitação, com menos de 10 milímetros, será no fim do mês, nos dias 27 e 28 de agosto. Por outro lado, a frente fria que avançou ontem trouxe o frio de volta e pode gear em parte da região nesta quarta-feira (14). A mínima hoje na maioria dos municípios da região é de 6ºC e a máxima não deve superar os 23ºC. A partir de amanhã os termômetros voltam a subir gradativamente.