O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fechou 2018 com crescimento acumulado de 1,1% em comparação a 2017, segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo ano de alta seguido do PIB — a soma de tudo o que se produziu no país no período –, que soma R$ 6,8 trilhões.
A taxa é a mesma de 2017, que marcou o início da recuperação brasileira depois de quedas de 3,3% em 2016 e de 3,5% em 2015. O setor de serviços, que expandiu 1,3% no ano, encabeçou o crescimento, seguido pela indústria (0,6%) e pela agropecuária (0,1%). No total, ele movimentou 75,8% do PIB e apresentou taxas positivas em todas as sete atividades que são consideradas nas medidas.
Entre os serviços, os que mais cresceram foram as atividades imobiliárias (3,1%) e o comércio, com alta de 2,3%. “Essas atividades foram beneficiadas por um mercado mais estabilizado, aliadas à inflação mais controlada e ao desemprego ligeiramente menor que o do ano passado”, explicou a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Cláudia Dionísio.
Os número da indústria foram puxados pelas atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que subiram 2,3%, enquanto o setor da construção civil caiu 2,5%. Na agricultura, a região Centro-Oeste manteve a ponta da produção brasileira, enquanto regiões como o Norte ainda ficaram para trás — de acordo com especialistas, falta estrutura para escoamento da produção regional, mesmo com o crescimento de transportadoras para Rondônia, Amazonas e Acre.
“Mesmo com a estabilidade, pode-se dizer que a agropecuária teve um resultado expressivo, uma vez que em 2017 foi o ano de safra recorde. A indústria, por sua vez, vem mostrando sinais de recuperação, embora tenha sido prejudicada por quedas nas demandas por exportação”, ressaltou Cláudia.
O PIB per capita variou 0,3% em relação a 2017, alcançando R$ 32.747 no ano passado. A taxa de investimento no Brasil em 2018 foi de 15,8% do PIB, abaixo do observado em 2017 (15,0%), enquanto a taxa de poupança foi de 14,5% (ante 14,3% em 2017).
A expectativa de crescimento do PIB era maior: em outubro do ano passado, as exportações superaram as importações em US$ 6,121 bilhões. segundo o então Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Foi o melhor superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1989 e 17,9% superior ao registrado em outubro de 2017 (US$ 5,193 bilhões).
O alento de outubro foi ainda mais comemorado porque, no acumulado do ano, o superávit seguiu caindo: nos dez primeiros meses de 2018, o país exportou US$ 47,721 bilhões a mais do que importou, recuo de 18,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 58,451 bilhões). A diminuição do saldo comercial se deveu principalmente à recuperação das importações, que aumentaram 20,6% em relação aos dez primeiros meses de 2017 pelo critério da média diária, contra expansão de 8% das exportações pelo mesmo critério. Por causa da recuperação da produção e do consumo, as importações recuperaram-se em relação aos últimos anos.
O ano de 2019 também começou com más notícias: o investimento estrangeiro no setor produtivo brasileiro caiu 30% em janeiro em comparação ao mesmo período de 2018. O investimento direto no país (IDP) chegou a US$ 5,866 bilhões — em 2018, eles somaram US$ 8,363 bilhões, segundo o pelo Banco Central (BC).