Um temporal de grandes proporções provocou estragos no fim da noite de quarta-feira (6) e madrugada dessa quinta-feira (7), em Cascavel, região oeste do Paraná.
Segundo o Corpo de Bombeiros que prestou atendimento aos locais de risco, as ocorrências começaram por volta das 23h20, quando a chuva intensa e fortes ventos chegaram a cidade.
Segundo o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), o volume acumulado de chuva chegou a 74,8 milímetros. Durante o período de chuva intensa, a Defesa Civil Municipal recebeu pelo menos 16 chamados de alagamentos em vários pontos da cidade e de quatro destelhamentos.
Foram registrados três cortes de árvores, um desabamento na Rua Sebastião de Alencar Moreira. Alagamentos foram registrados na Marginal da BR-277, na Rua Sete de Setembro e na Rua Txikaos no bairro Santa Cruz. Foi registrado também um destelhamento.
Os principais bairros atingidos foram Santa Cruz, Alto Alegre, Parque São Paulo, Jardim Universitário, Maria Luiza, Paulo Godoy e Jardim Montreal. A Defesa Civil do município também entregou 10 lonas para moradores que tiveram residências destelhadas.
No bairro Santa Cruz, onde estão sendo realizadas as obras do Ecopark Oeste, a água invadiu a Rua Tamoios e alagou as residências da região, os moradores afirmam que a causa são as obras. Engenheiros da Secretaria de Serviços e Obras Públicas avaliam a situação desde o início da manhã de hoje (7), dando suporte às famílias atingidas.
O Corpo de Bombeiros foi até o local prestar atendimento aos moradores, veja o vídeo do momento do alagamento:
No local, três famílias tiveram as casas alagadas e os móveis danificados devido ao rompimento do bueiro que está em obras na Rua Tamoios. De acordo com o diretor da Sesop, Sandro Camilo Rancy, houve entupimento da rede o que acabou levando rompimento pelo excesso de lixo e de água. Duas das famílias ocupam área de preservação e integram acordo com a Prefeitura, por meio da Cohavel, para deixar o local até o dia 10 de março, uma delas, inclusive, com fábrica irregular de paver no local. Engenheiros da Sesop e da empresa responsável pelas obras passaram a manhã no local conversando com as famílias, avaliando os estragos e buscando soluções para o impasse.
De acordo com o secretário de Agricultura e presidente da Cohavel, Ney Haveroth, as seis famílias que residem na área de preservação que integrará o Ecopark Oeste firmaram o acordo dia 14 fevereiro para deixar a área até o dia 10 de março. Elas se comprometerem em pagar aluguel por um período de seis meses por conta própria até que a Cohavel construa as moradias em terrenos já definidos. Após a realocação, elas terão um prazo de 240 meses para quitar as moradias ao Município.
Uma residência foi interditada logo após a chuvarada:
Moradores da região do bairro Santa Cruz contam que perderam tudo com a chuva da madrugada, e que o alagamento pode ter sido causado pelas obras do EcoPark oeste, veja o vídeo abaixo:
Moradores fizeram um protesto após o alagamento na Rua Tamoios, no bairro Santa Cruz em Cascavel. A região ficou alagada por completo, veja as imagens do repórter Aílton Santos:
Ainda na região oeste da cidade, mas desta vez no bairro Guarujá, o muro do Colégio Estadual do bairro Guarujá desabou durante a chuva, veja imagens gravadas logo após o estrago:
O diretor operacional da Defesa Civil, Newton de Jesus Silva da Fontoura, disse que as equipes de plantão receberam chamados de várias regiões da cidade além desse local, desde o Brasília e Alto Alegre para destelhamentos; alagamentos mais significativos também foram registrados nas ruas Sete de Setembro com a Vitória; Marechal Deodoro com Cuiabá e Sociologia, no Faculdade. “Todos foram atendidos num primeiro momento por equipes da GM e Defesa Civil durante a madrugada e agora estamos avaliando com a presença de engenheiros da prefeitura. A previsão inicial era de 6 milímetros de chuvas para o dia todo, mas em uma hora choveu quase 75 milímetros, deixando muitos estragos. Mas estamos trabalhado para dar suporte a todas as famílias, com lonas onde for necessário e com os encaminhamentos necessários”.
Paralelamente, duas equipes da Secretaria de Meio Ambiente estão trabalhando para atender aos pedidos de retiradas de árvores e galhos que foram derrubados com os fortes ventos registrados durante a temporal. Até o momento, são 30 chamados, em vários pontos da cidade.
Matéria atualizada às 11h31 do dia 07/03/2019, com informações do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Prefeitura.