A Corte Arbitral do Esporte (CAS) vai criar uma estrutura legal específica antidoping inédita para acelerar o julgamento dos casos de uso de substâncias proibidas. Antes, os escândalos cabiam ao Comitê Olimpíco Internacional, que passou a função para a CAS a partir do Rio-2016. A corte anunciou que vai analisar casos e apelações durante a Olimpíada ? de 5 a 21 de agosto ? e poderá impor sanções temporárias se assim se considerar procedente.
Desde 1996, um tribunal arbitral do esporte atende aos Jogos Olímpicos para responder às disputas legais relativas aos atletas ? mas é a primeira vez que se monta uma divisão focada nos casos de doping, que deverá trabalhar paralelamente à original.
Na terça-feira, um dos delatores do esquema de doping patrocinado pelo Estado russo, Vitaliy Stepanov, afirmou que atletas dopados do país vão conseguir participar da Olimpíada do Rio. Ele criticou a falta de rigor do Comitê Olímpico Internacional (COI), que decidiu não banir toda a delegação russa do Rio-2016 e deixou que cada federação decidisse se esportistas russos permaneceriam na disputa.
Além do time de atletismo, já suspenso pelo COI, deveriam ficar de fora os competidores russos com histórico de uso de substâncias proibidas ? um critério polêmico, contra o qual não se sabe ainda se cabe recurso, já que foca apenas na delegação russa. Uma regra semelhante do comitê ? nomeada Osaka Rule, que previa a proibição de atletas de todo o mundo já banidos por doping de participarem da Olimpíada subsequente ? foi declarada inválida pela CAS.