Cascavel – E a novela do terminal de passageiros do Aeroporto de Cascavel tem um novo capítulo. Há cerca de um mês a Comissão Processante foi instaurada pelo Governo do Estado para ouvir as justificativas da Onça Construções pelos sucessivos atrasos.
De acordo com a assessoria de imprensa da SEIL (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), desde novembro do ano passado a construtora já foi autuada quatro vezes pela Paraná Edificações, que fiscaliza a obra.
Conforme o governo, a empresa deveria ter feito 66,91% dos trabalhos, mas só executou 36,28% do cronograma, que segundo a assessoria de imprensa foi estabelecido pela própria empresa responsável pelos serviços. Outro ponto citado é que na última medição a empresa disse que teria gasto R$ 480 mil no terminal e apresentou comprovação de apenas R$ 25 mil.
O Jornal O Paraná foi ontem até o terminal, por volta das 10h, e nenhum funcionário estava trabalhando. A empresa alega que o Estado não está cumprindo com os pagamentos, o que é contestado pelo governo.
De acordo com a assessoria, o Estado tem depositado todas as faturas e não há pendências contratuais. Informações extraoficiais dão conta que a construtora teria problemas com ações trabalhistas e, na medida em que os valores do governo são depositados, o dinheiro é retido pela Justiça para quitar as pendências.
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Lavou as mãos
A reportagem questionou ainda o coordenador regional do Governo do Estado em Cascavel, Severino Folador, sobre o prazo para entrega da obra que estava previsto para o mês que vem. Folador disse à reportagem ter lavado às mãos sobre o assunto e que qualquer dúvida poderia ser sanada com a SEIL. Cabe ressaltar que em junho foi dado um aditivo de prazo do contrato de mais quatro meses, fazendo com que a entrega da obra fosse para setembro deste ano.
Já a Secretaria disse que não há previsão de quando o terminal será entregue e que por enquanto a Onça Construções não pediu novo prazo. Caso os atrasos continuem, a empresa poderá ser penalizada novamente, variando de advertência, multa, até a possibilidade de rompimento de contrato por não cumprimento do que foi estabelecido em contrato com o governo.
TM
(Retranca)
Empresa procura a Justiça e o MP
A reportagem de O Paraná entrou em contato, por telefone, com a Onça Construções e foi informada que a responsável pela empresa, Patrícia Pereira Borges, estaria em Londrina e somente ela poderia falar a respeito do assunto. Em retorno, uma funcionária da construtora afirmou que a resposta de Patrícia às questões seria esta: A empresa não vai responder mais as provocações do Estado do Paraná sobre a obra do terminal de passageiros do Aeroporto de Cascavel, considerando que este não tem nenhuma credibilidade ante a Onça pelos inúmeros descumprimentos do contrato (técnicos, contrapartida e econômicos). A empresa procurou a justiça civil e o Ministério Público para que, de forma imparcial, determine as causas e os motivos pelos quais o Estado está estrangulando, tanto empresarialmente quanto economicamente, esta empresa.
Ainda de acordo com a Onça, esta perseguição tem sido feita à empresa antes mesmo de as obras começarem.