
Nos EUA, a venda de maconha para uso recreativo é permitida em oito estados, além do Distrito de Colúmbia, onde fica a capital Washington. No ano passado, esse setor faturou US$ 6,7 bilhões. Em setembro, a consultoria Cowen & Co, que produz pesquisas na área para Wall Street, estimou que esse valor chegará a US$ 50 bilhões em 2026. A compercialização de maconha para uso medicinal é legal em quase metade do país.
?O impacto disso é de longo alcance, inclusive queda de vendas de cerveja, à medida que a geração Y gravita em direção a alternativas ?low carb? (com pouco carboidrato)?, avalia Ben Cleary, co-gestor do Tribeca.
Para se ter uma ideia, as ações da Aurora Canabis e da Canopy Growth Corp ? ambas produtoras de maconha medicinal que receberam investimentos do Tribeca ? mais que triplicaram no ano passado. Neste ano, os papéis das companhias subiram 12% e 30%, respectivamente.
Apesar das oportunidades abertas pela legalização da maconha em alguns estados, a venda da droga ainda não é permitida por leis federais ? e o governo Donald Trump tem lançado sinais mistos sobre o assunto. Cleary minimiza as incertezas, ao destacar que as legislação que regula o tema é estadual.
O desempenho positivo do Tribeca em 2016 também foi impulsionado por outros setores, como a indústria de salmão na Noruega, Austrália e Nova Zelândia. O consumo do produto nos EUA ? maior mercado para o pescado no mundo ? cresce na casa de dois dígitos há três anos. Cleary também atribui o sucesso ao crescimento de uma cultura de comida saudável na classe média asiática, principalmente na China.
Em outra frente, o fundo ? cujos investidores são, em maioria, famílias ricas dos EUA e da Ásia ? lucrou com empresas de cobalto e lítio, na Ásia, no Canadá e na Austrália. O desempenho está associado à maior demanda por baterias, reflexo do crescimento da indústria de carros elétricos.