Cotidiano

TSE faz acareação entre executivos da Odebrecht

acarea2.jpgBRASÍLIA ? O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin iniciou por volta das 17h30 desta sexta-feira a acareação entre o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e os ex-diretores da empresa Hilberto Mascarenhas e Benedito Barbosa Júnior. A iniciativa faz parte da ação que investiga a campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer e pode levar à cassação do mandato do peemedebista.

Acareação

O objetivo é que eles possam esclarecer pontos divergentes sobre a atuação de Temer na arrecadação de recursos para a campanha de 2014. Na semana passada, Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba, afirmou que 80% do doado à campanha foi caixa dois. Ele também disse que não tratou de valores de doações ou propina com Temer. Segundo ele, a negociação com o PMDB foi feita por meio do ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho prestaram depoimento na última segunda-feira, no próprio TSE. Ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho confirmou que participou de um jantar com o presidente Michel Temer, em 2014, no qual o peemedebista pediu à construtora apoio financeiro para as campanhas do partido nas eleições daquele ano. Mas também disse que Temer usou a expressão “apoio financeiro” e que não foi definido diretamente com ele quanto seria repassado.

O tribunal apura desde 2015, a pedido do PSDB, se a chapa vencedora cometeu abuso de poder político e econômico e foi beneficiada com o esquema de corrupção na Petrobras. Os advogados de Dilma e de Temer negam.

Mais cedo, Benjamin, relator do processo, ouviu Fernando Migliaccio, um dos repensáveis pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que, segundo os delatores, servia para o pagamento de propina em dinheiro no Brasil e contabilizava os pagamentos ilícitos.

Depois dessa acareação, Benjamin ainda ouvirá em conjunto Marcelo Odebrecht e Claudio Mello Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais do grupo.

Só depois, vão depor, individualmente, outros dois delatores: José de Carvalho Filho, ex-funcionário que recebia pedidos de parlamentares por doações e levava as solicitações aos executivos da construtora; e Maria Lúcia Tavares, que também trabalhou no departamento de propinas da Odebrecht.

A previsão é que as oitivas terminem só no final da noite desta sexta.