WASHINGTON ? O almoço da primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres foi muito mais do que apenas um evento para comemoração da data especial. O encontro com 50 mulheres influentes do país, organizado na última quarta-feira, marcou a estreia da ex-modelo no governo do seu marido, o presidente Donald Trump. A reunião na Casa Branca foi a apresentação de Melania nos seus primeiros passos para o novo cargo, sete semanas após a posse do republicano.
A ex-modelo foi recebida por um grupo de convidadas, entre embaixadoras, membros do gabinete presidencial e uma senadora. Apenas poucos jornalistas foram chamados para ver a chegada de Melania ao salão do evento. No entanto, eles foram retirados assim que a primeira-dama começou a discursar.
? Trabalharei com vocês para assegurar que o gênero de nascimento não determine o trato de alguém na sociedade ? disse em seu discurso, de acordo com o tuíte de um funcionário da Casa Branca.
Nas últimas semanas, Melania ajudou a preparar a primeira grande cerimônia social na residência oficial, um evento de gala para governadores dos Estados Unidos. No dia seguinte, viajou para Mount Vernon ? antiga propriedade do primeiro presidente americano, George Washington, no estado de Virgínia ?, onde foi recebida pelas esposas de governadores.
A primeira-dama fez outras aparições mais discretas no governo de Trump. Esteve, por exemplo, em assinaturas de decreto de seu marido e o acompanhou no Capitólio para um discurso ao Congresso americano. Também levou as primeiras-damas do Japão e de Israel em passeios culturais, enquanto seus respectivos maridos se reuniam.
No entanto, Melania também vem descobrindo o fardo que impõe o protocolo do seu papel no governo. Ela foi duramente criticada por não estar na Casa Branca para receber a mulher do premier japonês, Shinzo Abe. Ao invés disso, se encontrou com Abe e sua esposa, Akie, na base aérea Andrews, para pegar um voo na aeronave Air Force One até a Flórida.
? Agora vemos sua presença física ? destacou a professora de ciências políticas Jean Harris, da Universidade de Scranton, na Pensilvânia.
Todas as primeiras-damas passam por um período de adaptação, para determinar como atuarão no cargo. A diferença é que muitas das antecessoras de Melania já tinham experiência na política, por serem casadas com governadores e congressistas ? enquanto a ex-modelo é mulher de um empresário veterano que nunca exerceu um cargo eleito até ser designado como presidente.
Um obstáculo para sua estreia como primeira-dama foi a decisão de continuar vivendo na Trump Tower, em Nova York, até que seu filho, Barron Trump, termine o ano letivo. A estimativa é que Melania não se instale por completo na residência presidencial até, pelo menos, agosto deste ano ? o que deixa Trump, em grande parte, por sua conta e sem uma fonte tradicional de apoio moral.
Melania também tem ido com calma para contratar a equipe que atuará na Ala Leste da Casa Branca, onde fica o escritório da primeira-dama. Até o momento, somente uma secretária social e uma chefe da gabinete foram nomeadas. O presidente Trump disse que não quer preencher todos os cargos vagos do governo, porque seriam desnecessários, o que pode incluir a Ala Leste.
A popularidade da primeira-dama cresceu 16 pontos percentuais desde a posse de Trump, no dia 20 de janeiro. Segundo pesquisas recentes da rede americana CNN, a aprovação a Melania subiu de 36% para 52%. De acordo com Kate Anderson Brower, autora do livro sobre primeiras-damas, ?First Woman?, o público vê a ex-modelo como uma influência apaziguadora para Trump e alguém que se entregou ao papel de ser mãe.
? Na verdade, ela é o polo oposto a Trump ? afirmou Brower, que cita as diferenças no Twitter de Melania com o do seu marido. ? Creio que grande parte das pessoas gostam que ela não chame tanta atenção como Trump faz.