SÃO PAULO. Um ex-gerente de campanha do presidente colombiano Juan Manuel Santos disse que ?mandou para a Odebrecht? uma fatura de US$ 400 mil para a confecção de material de campanha para Santos, nas eleições de 2010.
Em entrevista à ?Blu Radio?, Roberto Prieto afirmou que Santos, que naquele ano concorria ao seu primeiro mandato, não sabia de nada. O presidente foi reeleito em 2014.
? Foi uma operação irregular, e a campanha reconhecerá isso, mas Santos não teve nada a ver ? declarou.
É a primeira vez que um funcionário ligado a Santos admite ter recebido benefícios da empreiteira brasileira, que é investigada na Colômbia. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht pagou US$ 11 milhões em propina para funcionários públicos na Colômbia, em troca de contratos em obras. Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público da Colômbia.
Prieto contou que encomendou dois milhões de pôsteres com a figura de Santos a uma empresa panamenha chamada Impressa Group.
? Eu encomendei os pôsteres, que haviam sido custeados. E me disseram que quem pagava era a Odebrecht. Bom, mandei a conta para a Odebrecht ? declarou Prieto à rádio, dizendo aceitar que cometeu um erro. ? Eu aceito minha irresponsabilidade por encomendar os pôsteres, e as pessoas da campanha terão que responder.
O valor não apareceu nas contas da campanha. Contribuições privadas a campanhas presidenciais no país são ilegais, a não ser se feitas por bancos.
Santos não se pronunciou sobre as declarações do ex-gerente de sua campanha.
Prieto explicou que, em 2010, a Odebrecht era a ?empresa rainha da Colômbia?.
? Todo o mundo queria ter negócios com eles ? disse o ex-gerente, falando que era muito nornal ter contatos com a empresa brasileira.