CURITIBA – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, negou participação em qualquer irregularidade envolvendo a empreiteira Odebrecht, investigada na Operação Lava-Jato. Segundo o jornal “Valor Econômico”, o ministro é um dos alvos dos pedidos de abertura de inquérito apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações de 78 executivos e ex-executivos da construtora.
? Sem chance. Não tem a mínima chance. Nunca tive negócio esses caras. Minha única relação com eles foi pagar pedágio na rodovia que eles construíram. Para mim, seria ótimo se tirasse o sigilo. Tão certo que não tem nada como amanhã é outro dia ? afirmou o ministro ao GLOBO.
Blairo disse que os boatos de que seria envolvido na delação da Odebrecht começaram quando pediu licença para ser desfrutada na semana passada. O objetivo seria fazer uma viagem com uma equipe da Secretaria da Pesca e Aquicultura a Washington. A secretaria acabou sendo transferida do Ministério da Agricultura para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, mas ele resolveu manter a licença, que só foi cancelada na semana passada após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
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A operação, inclusive, é o motivo da viagem do ministro ao Paraná nesta terça-feira. Ele vai visitar um frigorífico da Seara na cidade de Lapa, no interior do estado. A empresa foi um dos alvos da Carne Fraca, que identificou várias irregularidades em frigoríficos brasileiros, incluindo alimentos impróprios para o consumo humano. O frigorífico que será visitado pelo ministro está funcionando normalmente.
A lista de Janot foi enviada ao STF na semana passada e segue sob sigilo. A decisão de levantar o segredo de Justiça e abrir os inquéritos caberá ao relator dos processos da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin.
Os nomes de outros seis ministros alvos de pedidos de inquérito já eram conhecidos: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Ciencia e Tecnologia), Bruno Araújo (Cidades) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). Segundo o jornal “Valor Econômico”, há ainda outros dois nomes não revelados, totalizando nove ministros, dos 28 que compõe a equipe do presidente Michel Temer.
