BRASÍLIA – Numa crítica ao governo provisório do peemedebista Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira que medidas que aprofundam o ajuste fiscal, com caráter polêmico, não deveriam ser enviadas agora ao Congresso, mas somente depois do fim do processo de impeachment. Renan disse que o país está vivendo um governo transitório e que “não é recomendável” fazer propostas deste tipo num momento como esse. O recado de Renan foi feito no momento em que Temer viará ao Congresso nesta quarta-feira para entregar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) criando um teto para os gastos públicos.
? Toda medida que ajudar a estabilizar a economia do ponto de vista fiscal, ela é recomendável. Mas as medidas substanciais deveriam ser guardadas para depois da transitoriedade do governo. Talvez não seja o caso (de propor coisas polêmicas agora). Essas matérias igualmente importantes que tratam do ajuste fiscal e que poderão aprofundar o ajuste fiscal, nesse momento, não é recomendável (enviá-las), porque estamos vivendo uma transitoriedade e talvez seja o caso de aguardarmos o julgamento final ? disse Renan.
O PT já avisou que vai se posicionar contra essa proposta, alegando que ela reduz recursos da Saúde e Educação. Na prática, há o temor político que Temer crie dificuldades para seu governo ao abrir tantas frentes de conflitos, com propostas que mexem na Previdência, com servidores e benefícios. O Senado ainda precisa votar o impeachment de Dilma Rousseff, que foi apenas afastada por até 180 dias.
Renan lembrou que o Senado votará nessa quarta-feira o projeto que atualiza o Super Simples.
? É a primeira medida concreta no sentido de desamarrar os pés da economia. Essa sim terá repercussão de gerar emprego ? disse Renan.