Cotidiano

Beltrame quer que presos no Rio sejam atendidos exclusivamente em hospital penitenciário

RIO – O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou que vai pedir para que o Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, em Bangu, passe a ser o único centro de referência para receber presos no estado do Rio. A medida foi divulgada ontem à noite, após reunião de emergência no Gabinete de Gestão de Crise do Centro Integrado de Comando e Controle.

Segundo a Secretaria estadual de Segurança (Seseg), o pedido será entregue ao governador em exercício, Francisco Dornelles, já nesta semana. Caso não seja atendido, Beltrame promete montar um hospital de campanha no complexo de presídios de Gericinó para atender detentos durante a Olimpíada.

Além disso, será pedido ao governo federal a transferência do traficante Zaca, que está preso em Bangu 3, para um presídio federal fora do estado. Zaca é tio dos traficantes Fat Family e My Thor.

Segundo informações da Polícia Civil, Fat Family é considerado um integrante de notoriedade de uma das maiores facções do Rio, a mesma que controla os complexos da Penha e do Alemão. O traficante chegou a ser preso em 2011, mas ganhou liberdade no último mês de abril e voltou a comandar a venda de drogas na comunidade.

Ontem, o Disque-denúncia divulgou um cartaz com recompensa de R$ 3 mil por informações que levem à prisão do criminoso. A Seseg informou ainda que Beltrame deve anunciar outras medidas emergenciais sobre presos custodiados em hospitais públicos do Rio.

Coronel da PM diz que Fat Family não pôde ser transferido do Hospital Souza Aguiar

O Sub-chefe operacional da Polícia Militar, coronel Luís Henrique Marinho Pires, disse em entrevista coletiva que a polícia chegou a receber informações sobre a possibilidade de uma tentativa de resgate do traficante Fat Family, internado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, até a madrugada deste domingo. Após receber a denúncia, a corporação teria tentado transferir o paciente para outra unidade de saúde, mas foi impedida.

Segundo o coronel, o criminoso não pôde ser retirado do local por conta do seu estado de saúde. Ele precisava passar por uma cirurgia que só poderia ser feita no Hospital Souza Aguiar.

— Tentamos removê-lo, mas ele precisava passar por uma cirurgia no local. É um problema antigo, os hospitais não têm estrutura para receber esses elementos. Tem que haver um hospital próprio para receber esses elementos. Medidas devem ser tomadas — afirmou.

Durante a entrevista, o coronel também afirmou que quatro PMs foram deslocados para reforçar a segurança na unidade de saúde. Questionado se o número de agentes era suficiente para conter uma invasão, ele disse que não seria possível armar um esquema de segurança maior.

— A gente não tinha certeza se isso iria acontecer. Não há possibilidade de botar 30 ou 40 policiais para patrulhar um hospital — disse.