RIO Novo delator da Operação Lava-Jato, Vinícius Veiga Borin, dono de uma consultoria, afirmou aos investigadores, de acordo com reportagem do Fantástico da TV Globo, que executivos da empreiteira Odebrecht planejaram fechar um banco no Caribe para sumir com documentos que podiam comprovar irregularidades. Alvo da 26ª fase da Lava-Jato, que revelou a contabilidade paralela da Odebrecht, Borin foi representante no Brasil de dois bancos com sede na região e disse, em delação, que movimentava dinheiro no exterior a pedido de operadores ligados ao grupo.
Borin disse que, em meio à preocupação com documentos referentes às contas da empreiteira no exterior, executivos da Odebrecht chegaram a pensar em comprar um dos bancos, fechá-lo e sumir com a documentação.
Segundo o Fantástico, o Ministério Público já havia identificado oito contas em oito países que, segundo as investigações, são da Odebrecht e destinadas ao pagamento de propina. As contas teriam movimentado, entre 2006 e 2014, mais de R$ 1 bilhão. Entre os destinatários estão o ex-marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Monica Moura, além de ex-funcionários da Petrobras.
Também na delação, Borin revelou que os integrantes do esquema utilizavam apelidos e códigos para organizar e distribuir repasses. Também usavam um sistema de computador criado para esta finalidade. O delator afirmou ainda que era obrigatória a utilização desse sistema para a comunicação entre os operadores e os executivos da Odebrecht. Cada operador tinha um apelido e o dele inicialmente era “Feeling”. Depois, teria mudado para “Mustang”.