Agronegócio

Vacina falta e Estado pede prorrogação de campanha

Toledo – Faltou vacina em boa parte das casas agropecuárias e a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) recorreu ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) pedir a prorrogação da campanha de imunização contra a febre aftosa. O prazo para aplicar a dose e comprovar a vacinação termina nesta sexta-feira (30). A agência pede pelo menos mais dez dias de tolerância.

O Mapa já teria sinalizado positivamente e o Estado aguarda a publicação da portaria, o que deve ocorrer hoje ou amanhã.

Entre os motivos para que a campanha seja estendida estariam falhas na comunicação, possivelmente entre órgãos gestores e as casas agropecuárias, que adquiriram estoques bem menores do necessário para imunizar os cerca de 1 milhão de bovinos e bubalinos no oeste e os 10 milhões no Estado.

O problema seria a dosagem da vacina. Como o Paraná terá o fim da vacinação antecipada para 2019, podendo na primeira campanha do ano serem aplicadas vacinas de 2 ml cada uma, os estoques foram menores agora quando as vacinas ainda são de 5 ml cada uma.

Em uma casa agropecuária de Cascavel, a informação dada ao Jornal O Paraná é de que a reposição do estoque só ocorreu no início desta semana, após dias de espera.

Com isso, atrasou a vacinação e a consequente comprovação, sobrecarregando o sistema da Adapar nesta semana.

Segundo o médico-veterinário supervisor da Adapar em Cascavel, Jaime Barrios da Costa, a chegada de comprovantes das imunizações nesta semana está intensa com um grande fluxo de pecuaristas nos escritórios locais e no regional, que compreende 28 municípios. Por conta disso, nem mesmo uma parcial da imunização é possível.

Na Adapar de Toledo, o médico-veterinário Márcio Eidi Ogassawara destacou que no Município até ontem havia confirmação de imunização de 75% do rebanho, mas com intenso volume de dados chegando.

Com a campanha de fato prorrogada até 10 de dezembro, o pecuarista terá até essa data para imunizar e comprovar a vacinação à Adapar. Quem não a fizer estará sujeito à multa de R$ 100 por cabeça não vacinada, além de fazer a imunização assistida.

Nada muda no caminho pelo fim da imunização

O contratempo registrado com a falta de vacinas não muda os trâmites para a antecipação do fim da vacinação contra a febre aftosa programada para o Paraná para 2019.

Contudo, para o veterinário Márcio Eidi Ogassawara, dificilmente a campanha em curso será a última. A ação de maio do ano que vem deverá ser mantida, sobretudo porque não haveria tempo hábil para atender a todas as adequações exigidas pelo Mapa até essa data. “De todo modo, a campanha de maio está mantida, certamente com uma dosagem menor da vacina, de 2 ml”, completou.

A antecipação pleiteada é porque o Paraná estava no grupo que só seria atendido em 2021, e agora pode ser incluído em 2019. Hoje o Estado é livre, mas com imunização. Até 2020 o Paraná ficará sob a vigilância intensa de órgãos federais que analisarão se o Estado está apto a ter a certificação internacional para, então, em 2021 obter o status internacional.

Oeste ganha Conselho de Sanidade Agropecuária

O oeste do Paraná é a primeira região brasileira a contar com um Conselho Regional de Sanidade Agropecuária, o CSA Oeste. A constituição do colegiado ocorreu na terça-feira (27) na sede da Cooperativa Primato, em Toledo.

A cerimônia contou com a presença de 120 pessoas, entre prefeitos, produtores, líderes rurais, representantes das indústrias e de outros elos da cadeia produtiva.

A principal missão do CSA Oeste será contribuir para que o Paraná conquiste em 2020 o status de Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, uma das bandeiras do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento).

Esse status, a ser emitido pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal), chancelará a região como segura na produção agropecuária por ter um controle sanitário rigoroso.

A coordenação do CSA Oeste ficará sob a responsabilidade do empresário Elias Zydek, vice-presidente do POD. Ele terá como vices Anderson Bento Maria, presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), e Manoel Marcio Chaves, chefe regional da Secretaria de Abastecimento do Paraná.

Missão

Para atingir a meta de “Livre de Aftosa Sem Vacinação”, uma das funções do CSA Oeste será auxiliar a criação e a estruturação dos Conselhos Municipais de Sanidade nos municípios do oeste e ser o porta-voz dos municípios aos governos estadual e federal.Caberá também ao CSA oferecer apoio e assistência técnica para que os Conselhos Municipais cumpram a missão de preparar a região para a conquista do título, e manter o oeste livre de outras doenças como peste suína clássica, salmonela, brucelose e influenza aviária.