Cotidiano

Câmara aprova comissão para acompanhar caso de estupro no Rio

201605261333194116.jpgBRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, na noite desta terça-feira, uma comissão externa para acompanhar e fiscalizar os atos envolvendo o caso de estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro, no último dia 21 de maio. A comissão foi proposta pela deputado Soraya Santos (PMDB-RJ) e teve apoio de toda a bancada feminina da Casa. Estupro – 31/05

A deputada comemorou a aprovação unânime da comissão.Ela acredita que o Parlamento poderá ajudar a aprofundar as investigações. Ela disse que a comissão também acompanhará de perto outros casos de estupro e violência contra a mulher.

– A Casa tem de estar junto, acompanhando cada passo das investigações para tomar providências sobre esse crime que chocou o país – disse Soraya Santos.

UMA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A CADA 11 MINUTOS

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), uma das autoras do requerimento que criou a comissão, a aprovação da comissão joga luz sobre a necessidade do aumento de políticas públicas para as mulheres. Ela lembrou que o Brasil registra uma ocorrência de violência contra a mulher a cada 11 minutos.

– Estamos diante de uma situação de barbárie, já que, quando a vítima é atendida na delegacia, prevalecem perguntas absurdas – disse.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reiterou que é preciso avançar em medidas de proteção às mulheres que venham a coibir crimes.

– Precisamos avançar contra a cultura de estupro, segundo a qual é natural que as mulheres sejam tratadas como caça, como presa, que não tenham direito de não dizer não. Há estupro onde há estuprador, não há estupro onde a mulher está alcoolizada ou andando de short – disse a parlamentar.

Mais cedo, um grupo de parlamentares promoveu um ato contra a violência às mulheres no plenário da Câmara. As cerca de 40 mulheres participantes pediam investigação contra o delegado afastado do caso do estupro coletivo ocorrido no Rio na semana passada. Para elas, a conduta do delegado Alessandro Thiers perante o atendimento à adolescente foi inadequada.

Também hoje, o Ministério Público do Rio pediu abertura de inquérito para investigar a conduta do delegado Alessandro Thiers, que foi o primeiro a conduzir o caso do estupro coletivo no Rio.

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