Cotidiano

Desde cedo vítima de estupro coletivo criou estratégias para sobreviver

jovem-estuprada.jpgRIO – A adolescente vítima de estupro no Morro do Barão, na Praça Seca, na Zona
Oeste do Rio, já teve sua pequena e atormentada história de vida relatada ao
Disque-Denúncia em julho de 2013. Na ocasião, tinha 13 anos, um filho
recém-nascido, do qual não conseguia cuidar, agredia o pai fisicamente e,
verbalmente, a mãe. E frequentava bailes onde se relacionava com homens
desconhecidos. Em agosto do ano seguinte, ela passou a ser assistida pelo
projeto Casa Viva, uma instituição criada para cuidar de jovens usuários de
drogas. Mas ela fugiu após ter sido apreendida com base num pedido judicial de
busca e apreensão, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira pelo
jornal Extra. Estupro – 01/06

? Ela vem de um ambiente familiar muito adoecido. E desde cedo, sozinha,
criou as estratégias dela para sobreviver. Quem pode julgar o que está certo ou
errado? É uma infância violenta, apesar de estar em seio familiar e ser criada
em um bairro de classe média (Jacarepaguá) ? explicou, ao Extra, uma das
funcionárias que atenderam X.. ? Nós vivemos uma sociedade machista. Ela é
vítima e está sendo julgada. Que homens são esses que a gente também está
formando? Como são capazes dessa barbárie. E as pessoas assistem ao vídeo e não
se dão conta da perversidade? Eles não tinham esse direito.

Os laços com a família e com a escola foram se desatando de lá para cá,
apesar da insistência da avó materna em mantê-la no rumo certo. Em 2014, foi
morar no Morro da Serrinha, com um ?marido?. Passou a ostentar roupas de grife e
celulares de última geração. Articulada, X. sempre recusou convites para se
tratar em uma casa de acolhimento.

? Foram apenas dois dias com ela, mas muito marcantes. Fazíamos um trabalho
de convencimento, persuasão. Ela estava muito violenta. Agrediu o pai, pegou o
bebê de qualquer jeito, ele acabou ficando vulnerável. Queria fugir, depois
aceitou. Mas no dia seguinte, viu televisão, jantou, tudo como a rotina, mas
depois não estava mais lá ? contou uma funcionária ao Extra.

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