RIO – O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira, em entrevista à rádio Gaúcha (RS) que saúde e educação continuam ?prestigiadas? na Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos da União, sem redução de investimentos, e que o governo não planeja desonerações ou aumento de impostos para os próximos anos. Ao responder sobre as críticas da oposição, que chama a proposta de ?PEC do Arrocho?, Temer aconselhou que os oposicionistas ?leiam o texto?.
?Saúde e educação continuaram a ser prestigiadas. O Orçamento de 2017 foi feito como se o teto estivesse aprovado e tanto saúde e educação tiveram um aumento nas suas verbas?, afirmou o presidente. ?É natural que a oposição faça desta maneira, mas essa não é apenas uma questão de governo, é de Estado.?
?Precisamos recuperar o Estado agora para que em 2018 quem estiver no governo possa receber um país mais tranquilo?, acrescentou. O novo presidente, no entanto, só assumirá em janeiro do ano seguinte.
Temer ainda foi questionado sobre qual seria a contribuição do ?andar de cima?, os mais ricos, para o ajuste fiscal, já que temas como gastos do governo e a reforma da Previdência impactam necessariamente os mais pobres. De acordo com o presidente, a contribuição será voltar a investir.
?Será exatamente no tocante aos investimentos. Nós não vamos fazer nenhuma desoneração, não vamos beneficiá-los de maneira a que possam produzir mais. Eles têm que produzir mais em face da política econômica e do reaquecimento do país?, disse Temer, acrescentando que também não se pensa em aumento de impostos.
Temer ainda respondeu sobre a questão das dívidas estaduais, tema que interessa especialmente ao Rio Grande do Sul, um dos estados com maior problema nas contas públicas, mas evitou fazer promessas. Afirmou que o governo federal também tem suas limitações, mas que analisa o que pode ser feito.
?A União vai fazer o possível para colaborar com os estados. Vamos ver as medidas econômicas possíveis e o que for possível, faremos?, disse.
O presidente voltou a dizer que não tem qualquer preocupação com a baixa popularidade do seu governo. Repetiu que passou quatro meses no ?interinato? e que trocaria a popularidade por gerar empregos.
?Qualquer pesquisa não é reveladora da totalidade do governo?, afirmou.
Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta semana mostrou que apenas 14% consideram o governo ótimo ou bom.