RIO – O mercado de petróleo pode obter um reequilíbrio mais rápido se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortar efetivamente sua produção, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE), que antecipa atualmente um excesso de oferta persistente até meados de 2017 em um contexto de demanda mundial mais frágil.
?Se a Opep respeitar o novo objetivo? de reduzir a produção a entre 32,5 e 33 milhões de barris por dia, ?o mercado poderia obter o reequilíbrio rapidamente?, destaca a AIE no relatório mensal sobre o petróleo, no qual reduz de 1,3 a 1,24 mbd a previsão de crescimento para o consumo mundial em 2016, a 96,3 mbd.
Mas as modalidades para colocar em prática a decisão de reduzir a produção, inédita desde 2008, ainda precisam ser discutidas na reunião do cartel em 30 de novembro em Viena.
?Apesar dos sinais tímidos de que as reservas começam a cair, nossa previsão de oferta-demanda mostra que o mercado ? se for deixado livre ? pode permanecer excedente durante o primeiro semestre do próximo ano?, afirma o relatório da AIE.
O documento destaca em seguida que se a Opep respeitar seu novo objetivo o mercado pode obter o reequilíbrio de modo mais rápido.
Em setembro, a Opep, que inclui 14 países, produziu um novo recorde de 33,64 mbd, ou seja, 160 mil barris por dia a mais na comparação com agosto, mas sobretudo um aumento de 910 mil bd em um ano.
Em ritmo anual, no entanto, a oferta registrou contração de 0,9 mbd, provocada pela desaceleração nos Estados Unidos e na China. O resultado deve ser similar em 2016, com uma recuperação de 0,4 mbd em 2017, de acordo com a AIE.
No conjunto, a produção mundial alcançou 97,2 mbd em setembro, uma alta de 600 mil bd em um mês e de 200 mil bd na comparação com o mesmo período de 2015.
O crescimento da demanda deve ser menor em 2016 que o antecipado. A AIE reduziu a previsão de alta para este ano de 1,3 a 1,24 mbd, a 96,3 mbd.
Em 2017 a demanda deve retomar o crescimento de 1,2 mbd, para alcançar 97,5 mbd.