RIO – Há muito tempo os cientistas debatem sobre qual seria a correta classificação taxonômica para o pau-brasil. Agora, um novo estudo que utilizou sequências de DNA para analisar as relações evolucionárias de entre a espécie e cerca de 200 plantas tropcais “próximas” do pau-brasil confirma que a árvore representa uma linhagem única, merecendo reconhecimento como um gênero distinto. E, devido à importância da espécie para o Brasil, os cientistas batizaram esse novo gênero de Paubrasilia, versão latina do próprio nome da planta.
O gênero está descrito num artigo publicado nesta quinta-feira pelo periódico científico “Phytokeys”, assinado por pesquisadores de diferentes instituições, como o Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico e as universidades Estadual de Feira de Santana, na Bahia, e de Montreal, no Canadá. entre outras. No mesmo artigo, os autores descrevem três outros gêneros de planta e redefinem o tamanho de mais sete gêneros.
O pau-brasil já foi tão comum no litoral brasileiro que mercadores ao longo do século XVI chamavam de Terra do Brasil o território onde hoje fica o nosso país. Naquela época, a árvore era muito procurada pela sua seiva vermelha, então usada para tingir tecidos luxuosos.
Hoje, sua madeira vermelha é usada na manufatura de arcos de violino, mas a árvore já não pode ser facilmente encontrada, pois está sob ameaça de extinção. Os autores do estudo esperam que a identificação do novo gênero atraia atenção para a situação alarmente das florestas litorâneas brasileiras. De acordo com o artigo publicado nesta quinta, “menos de 7% da Mata Atlântica no Brasil permanecem intactos, e durante trabalhos de campo recentes testemunhamos evidências de tráfico ilegal de pau-brasil”.