Descubra como o transporte público em Cascavel avançou com a frota de ônibus elétricos e seu impacto financeiro - Foto: Secom
Descubra como o transporte público em Cascavel avançou com a frota de ônibus elétricos e seu impacto financeiro - Foto: Secom

Cascavel e Paraná - A modernidade do transporte público da cidade de Cascavel, que recebeu em agosto do ano passado, uma frota de 15 ônibus elétricos, adquiridos com verbas municipais, reflete num custo mensal de energia elétrica necessária para manter o funcionamento destes veículos. O valor mensal com este tipo de gasto é de cerca de R$115 mil, equivalente a 106,9 mil kW, ou seja, desde que os elétricos passaram a integrar a frota que tem cerca de 150 ônibus, R$ 1,6 milhão foram gastos nos verdinhos.

Para poder colocar os ônibus nas ruas, foi necessário construir duas grandes estruturas: o Eletroterminal – onde os ônibus ficam estacionados e são recarregados nos sete postes de energia e a Usina Fotovoltaica – construída anexa ao Aterro Municipal da cidade, com a promessa de gerar energia suficiente para conseguir abastecer os ônibus e não gerar gastos ao Município.

No entanto, a energia gerada na usina está sendo destinada para prédios públicos, enquanto a conta dos elétricos está tendo que ser paga pelo Município. A informação foi repassada pelo responsável pelo Aterro Sanitário, Elmo Rowe Junior, que explicou que a decisão da inversão dos gastos foi tomada porque a economia é maior usando esta energia da usina em outras unidades do poder público, que também têm um custo alto.

Segundo Elmo, o funcionamento da usina completou nove meses e a média é da geração de 300 mil kilowatts/hora por mês, uma economia que se aproxima de R$ 1,6 milhão – energia que é produzida e convertida diretamente para a rede da Copel, que faz a medição e o rateio das unidades consumidoras que estão em compensação.

“A Usina Fotovoltaica abastece 148 unidades consumidoras do Município. São mais ou menos seis secretarias que participam desse rateio, mas as que mais recebem crédito são as secretarias de Saúde e Educação. A meta era levar essa energia para o Eletroterminal, para os ônibus elétricos, mas houve um estudo que mostrou que era mais viável a gente ter outra forma de usar essa energia”, detalhou o engenheiro.

Elmo explicou ainda que neste grupo o valor do kilowatts é mais elevado, cerca de R$ 0,30 a mais por kilowatt, e que, por isso, o Município optou em fazer a compensação e acaba pagando as faturas do eletroterminal compensando a energia nessas outras unidades, num processo mais vantajoso.

“Se você pegar aí 300 mil kilowatts, mais ou menos R$ 0,30 centavos, resulta em praticamente R$ 90 mil em créditos para o Município, ao invés de mandarmos a conta direta no Eletroterminal”, falou.

Sobre a Usina, ele disse ainda que a capacidade que está instalada de inversão é de 2.5 mega, mas que para isso, terá que ser feito um reforço na rede, para verificar se existe a possibilidade de ingestão de mais carga, mas que, por enquanto, a Usina vai permanecer com a capacidade de que ela foi projetada.

Processo

Sobre o processo, Elmo explicou que todo o final de mês, a Copel emite um laudo de quanto foi injetado de energia e a cada dez dias é emitido um formulário na Unidade Consumidora informando o rateio da energia, que indica o quanto cada prédio recebeu da energia gerada. “A gente gera aqui e sabe o quanto foi creditado de energia nas outras unidades consumidoras, uma grande vantagem”, descreveu.

Usina

A Usina Fotovoltaica tem ao todo cinco mil placas que captam a luz do sol para transformá-la em energia elétrica, com painéis de silício que produzem energia limpa e renovável. A usina conta com placas de 660 watts e estruturas onde foram instalados 10 inversores, além da central de distribuição e a rede que leva a energia produzida para uma subestação da Copel. Na construção foram gastos cerca de R$ 16 milhões.

Ônibus elétricos

O contrato do transporte público está vencido desde 2022 e sem uma nova licitação, que se arrasta desde então, o serviço é mantido por meio de contrato emergencial. Desde que os ônibus elétricos começaram a circular, todo o custo deles – desde a energia, manutenção, pneus e até seguro têm que ser pago pelos cofres públicos. Com uma frota de 150 ônibus, eles representam 10% dos ônibus que circulam pela a cidade.

Cada ônibus tem cerca de 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros. Equipado com baterias totalmente elétricas, possui autonomia de 270 km e pode ser carregado em até quatro horas. Além disso, tem ar-condicionado, conexão wi-fi e tomadas para recarga de celulares. No Paraná, apenas Curitiba tinha ônibus elétricos.