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Semana Agosto Lilás destaca combate ao feminicídio no Paraná

Entenda a importância da conscientização sobre a violência contra a mulher e o impacto da Lei Maria da Penha - Foto: Anne Botero
Entenda a importância da conscientização sobre a violência contra a mulher e o impacto da Lei Maria da Penha - Foto: Anne Botero

Paraná - O feminicídio — expressão extrema da violência doméstica contra a mulher — ocorre quase diariamente no Paraná. Entre janeiro e junho de 2025, foram registrados 179 casos (consumados e tentados), uma média de quase um por dia, segundo o Laboratório de Estudos de Feminicídio (Lesfem/UEL).

Para enfrentar esse cenário e ampliar a divulgação da Lei Maria da Penha, acontece na primeira semana de agosto a Semana Agosto Lilás, voltada à conscientização e prevenção da violência contra a mulher.

“Queremos mobilizar toda a sociedade: poder público, empresas e organizações civis. Quando divulgamos a Lei Maria da Penha, salvamos vidas. É essencial que cada mulher conheça seus direitos e que cada agressor saiba que haverá consequências”, afirma o deputado estadual Luiz Fernando Guerra (União), autor da lei que instituiu a campanha no Paraná.

Neste ano, as ações ocorrem de 3 a 9 de agosto, com campanhas, palestras, debates e seminários. O símbolo da campanha é um laço lilás, usado para reforçar o compromisso coletivo com o combate à violência.

A Semana Agosto Lilás foi instituída pela Lei nº 19.972 e integra o Código Estadual da Mulher Paranaense, criado em abril de 2024. A iniciativa também está alinhada à Lei Federal nº 14.448/2022, que define agosto como o mês de proteção à mulher e fortalece a divulgação dos serviços de apoio e denúncia.

Violência doméstica em números

Mais de 70 mil denúncias de violência doméstica e familiar foram registradas no Paraná em 2024, segundo a delegada Luciana de Novaes, chefe da Divisão de Polícia Especializada da Polícia Civil. Além disso, 32 mil medidas protetivas foram solicitadas. Os números cresceram em relação ao ano anterior — um aumento atribuído, em parte, ao maior número de denúncias.

De janeiro a junho de 2025, o estado registrou 74 feminicídios consumados e 105 tentativas, envolvendo 90 dos 399 municípios paranaenses. Em 80% dos casos, o agressor era um ex-companheiro da vítima. Em 31 crimes, crianças ou adolescentes presenciaram o assassinato; cinco vítimas estavam grávidas, e 16 haviam denunciado previamente os agressores.

Embora os números ainda sejam alarmantes, houve redução em relação a anos anteriores. No mesmo período de 2024, foram registrados 194 casos — uma queda de 7,7%. A comparação com o segundo semestre de 2024 mostra uma redução ainda maior: 230 casos naquele período, representando queda de 22%.

Panorama nacional

Em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No mesmo ano, mais de 21,4 milhões de mulheres com 16 anos ou mais foram vítimas de algum tipo de violência.

Fonte: Alep