
Cascavel e Paraná - A resistência à vacina somada a um inverno com temperaturas mais baixas vindo de um outono típico tem contribuído para que muitas pessoas acabem contraindo um dos vírus das SRAG’s (Síndromes Respiratórias Agudas Graves) que há semanas estão superlotando os serviços de saúde desde as unidades até os leitos hospitalares. Novos leitos foram abertos em todo o estado, mas mesmo assim, todos estão lotados de pacientes.
O aumento fez com que a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) pedisse ao Ministério da Saúde uma nova remessa do medicamento Tamiflu que está sendo prescrito na maioria dos casos, já que a grande parte dos pacientes está com Influenza A, o mesmo vírus do H1N1. Segundo o último boletim epidemiológico dos vírus respiratórios, em todo o Estado são 6.155 casos das doenças e 355 mortes, sendo que destas, 86 mortes e 1539 casos são da Região Oeste do Estado.
Cascavel
Os dados são referentes às regionais de saúde de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu. Na 10ª Regional de Saúde Cascavel somam 580 casos e 30 mortes ao todo, sendo que mais de 80% deste total são apenas de Cascavel, 449 casos e 24 óbitos. Pela 20ª Regional são 603 casos e 24 mortes, destes 17 mortes de Toledo e 443 casos. Já em Foz do Iguaçu, os casos somam 356 pacientes e 32 mortes, sendo que apenas na cidade de Foz são 304 casos e 21 mortes.
De acordo com o chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, Rubens Griep, os pacientes estão recebendo o Tamiflu que é um medicamento de distribuição pelo Ministério da Saúde, não é um medicamento que pode ser comprado na farmácia, lembrando que é específico para os quadros gripais. “Esse medicamento é prescrito na rotina de qualquer serviço de saúde que identifique um paciente com quadro gripal com sinais de alarme, então o paciente já recebe esse medicamento para iniciar o tratamento mais precoce”, disse.
Segundo Griep, com o aumento de casos, o consumo desse medicamento também cresceu e, por isso, o Ministério da Saúde precisou acelerar a produção para conseguir dar conta e distribuir para o país inteiro e por isso, uma nova remessa foi solicitada. “Não temos nenhum Município da 10ª Regional que está desabastecido, mas estamos com estoque crítico”, descreveu. Sobre os leitos, os hospitais que fazem parte da 10ª estão operando em capacidade máxima, principalmente nos leitos de UTI pediátrica, de enfermaria pediátrica e UTI adulto, que são os leitos que acabam sendo mais demandados.
Sobre o número de mortes, o chefe explicou que o paciente sendo internado e se vier a óbito é feito o monitoramento e divulgado pelo boletim da Sesa toda semana e, a partir da revisão desses óbitos é feita toda a revisão documental e comprobatória desse óbito para fazer parte do boletim estadual, por isso, os dados são confiáveis e relatam a realidade. “Precisamos que as pessoas tenham consciência disso e que tomem a vacina que é a melhor forma de prevenção”, reforçou.
Vacinação
Apesar deste cenário preocupante, a cobertura vacinal segue baixa. Os últimos dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontam que foram aplicadas 94.169 doses, o que representa 47,09% do público alvo prioritário. Para se ter uma ideia, do total são 52,34% de idosos, 41,24% crianças e 14,62% das gestantes. A vacina pode ser feita em qualquer unidade de saúde gratuitamente no horário de funcionamento de cada unidade.
Prevenção
Com as temperaturas mais baixas é importante intensificar as medidas que evitam a transmissão dos vírus respiratórios, realizando:
• Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento. No caso de não haver disponibilidade de água e sabão, usar álcool gel a 70%.
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
• Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
• Manter os ambientes bem ventilados.
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de Síndrome Gripal.
• Evitar sair de casa em período de transmissão da doença.
• Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados).
• Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
• Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar os sintomas.
• Buscar atendimento médico em caso de sinais e sintomas compatíveis com a doença, tais com: aparecimento súbito de: calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, artralgia, prostração, rinorreia e tosse seca. Podem ainda estar presentes: diarreia, vômito, fadiga, rouquidão e hiperemia conjuntival.