Cotidiano

Liminar suspende obra em 'espigão' de Copacabana

RIO – A pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), a Justiça suspendeu a construção do hotel da Rua Bolívar 65, em Copacabana. Uma liminar foi concedida em ação civil pública proposta pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Ordem Urbanística da Capital. A decisão surgiu a partir de um pedido da Sociedade Amigos de Copacabana (SAC) que, em novembro, fez uma representação ao MP com o objetivo de pedir a investigação da licença concedida para este empreendimento, como informou a coluna Gente Boa, do GLOBO. O hotel, chamado pelos moradores de espigão, teria 20 pavimentos e 119 quartos, de acordo com a Secretaria municipal de Urbanismo.

Segundo o MP, a obra não deverá prosseguir pelo menos até que o órgão fiscalizador preste esclarecimentos acerca das irregularidades verificadas. Se for confirmada a inconformidade do projeto, a Justiça poderá determinar a demolição de alguns andares do prédio para adequação aos padrões legais.

O imóvel estava sendo erguido no terreno onde ficava um sobrado de dois andares, com lojas no térreo e um hotel de alta rotatividade, o Copa Linda, no segundo andar.

Fotos tiradas por moradores e enviadas ao Ministério Público já mostram como o imóvel vai se destacar na paisagem. Conforme o ângulo em que a imagem do prédio é registrada, o espigão parece, devido a uma ilusão de ótica, tão alto quanto o Hotel Othon, na Avenida Atlântica. O empreendimento na orla, no entanto, tem mais pavimentos: são 30 andares — dez a mais.

O presidente da SAC, Horácio Magalhães, ressaltou que a vocação turística do bairro justifica o interesse na construção de hotéis, mas explicou que os moradores se preocupam com o impacto viário dos novos empreendimentos.

— Apenas na Rua Barata Ribeiro, três novos hotéis serão abertos entre as ruas Santa Clara e Raimundo Corrêa. O boom hoteleiro nos preocupa por causa do impacto viário que vai provocar no bairro. No caso desse projeto que questionamos, as saídas do hotel ficam voltadas para vias em que a calçada é muito estreita (Rua Bolívar) ou diante das faixas de travessia de pedestres (Nossa Senhora de Copacabana) — justificou Horácio Magalhães.