Foz Em uma espécie de edição bomba, o jornal Tribuna Popular tornou públicos ontem diálogos altamente comprometedores entre vários personagens implicados na Operação Pecúlio, com a qual Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal e Polícia Federal afirmam ter desvendado um esquema que desviou ao menos R$ 4 milhões em recursos federais destinados a Foz do Iguaçu.
São conversas telefônicas gravadas com autorização judicial e que, segundo a PF, indicam a divisão de propina entre agentes públicos e empresários. Uma delas, que teria ocorrido em 30 de junho do ano passado, envolve os empresários Nilton João Beckers e Paulo Gorski, que seriam sócios em ao menos duas empresas com sede em São Miguel do Iguaçu, uma das quais tem contratos com a Prefeitura de Foz que somam R$ 22,5 milhões.
Durante o telefonema, Gorski inicialmente solicita ao suposto sócio que peça ao prefeito Reni Pereira para agilizar, junto à Caixa Econômica Federal, a reprogramação do pagamento atrasado de uma obra de calçamento poliédrico. Falando literalmente em socorro, Gorski, que chegou a ser ouvido pela PF no mês passado, diz na gravação que … O prefeito Reni agora é o seguinte… Em vez de pagar 256 eu vou pagar 125, deixando no ar que este seria dinheiro de propina.
SÓCIOS PRESOS
A PF diz ter descoberto que Paulo Gorski é sócio não só de Nilton João Beckers, mas também do ex-secretário municipal de Planejamento de Foz, Rodrigo Becker. Ambos foram presos quando da deflagração da Operação Pecúlio e Rodrigo é apontado na investigação como um dos cabeças do esquema juntamente com os agora também ex-secretários municipais Melquizedeque de Souza e Carlos Budel. Os três eram pessoas da estrita confiança do prefeito Reni Pereira, que também aparece nas gravações.
NA MIRA DA CPI
Gorski, Nilton e Rodrigo serão convocados a prestar esclarecimentos na CPI recém-instaurada pela Câmara de Foz do Iguaçu para investigar no âmbito do Legislativo as irregularidades apontadas na Operação Pecúlio. Além dos três, a comissão já está convocando também Cristiano Fure de França, Evori Patzlaf, Luiz Carlos Medeiros, Edson Queiroz, Fernando da Silva Bijari, Paulo César de Araújo, Rafael Sperfeld e Vilson Sperfeld. Definimos primeiro convocar essas pessoas e a partir delas desenvolveremos o resto dos trabalhos, esclareceu o vereador Nilton Bobato, um dos integrantes da CPI.