AGRONEGÓCIO

FAEP e FPA afirmam que alta da Selic prejudica Plano Safra e o crédito rural

Aumento das taxas de juros e os impactos para o agronegócio. Representantes falam sobre a preocupação com o Plano Safra e suas consequências - Foto: Gilson Abreu/AEN
Aumento das taxas de juros e os impactos para o agronegócio. Representantes falam sobre a preocupação com o Plano Safra e suas consequências - Foto: Gilson Abreu/AEN

Cascavel - Mais uma vez o agronegócio sofre as duras consequências de decisões adotadas pelo governo federal. No fim da tarde de quarta-feira, o Banco Central anunciou o aumento da Selic em 1 ponto percentual. A taxa básica de juros passa de 12,25% para 13,25% ao ano. Esse aumento no 1º encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2025 já havia sido sinalizado em novembro do ano passado.

As entidades do agro reagiram imediatamente e a equipe de reportagem do Jornal O Paraná, foi saber a opinião do presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Pedro Lupion e do presidente interino da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Ágide Eduardo Meneguette.

Plano Safra

Em entrevista ao O Paraná, o presidente da FPA, Pedro Lupion, disse que é preocupante essa nova alta nos juros, especialmente para o Plano Safra. “Temos uma situação indefinida em temas como o seguro rural. Além disso, a alta da Selic impacta a necessidade de equalização dos juros controlados, sobretudo para os pequenos produtores”. Para Lupion, esse aumento afeta, ainda, o crédito livre, e termina por elevar o custo de produção, comprometendo o investimento na próxima safra.

Ainda conforme a FPA, o índice de inadimplência dos produtores tem crescido nos últimos meses, seja pelo aumento nas taxas de juros, seja pelas dificuldades climáticas. Para a entidade, o crescimento da inadimplência, associado a um novo aumento das taxas de juros, compromete a capacidade dos produtores em tomar novo crédito para a próxima safra, afetando a produção de alimentos para 2025.

FAEP

O presidente interino da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, comenta que a alta da taxa Selic vai encarecer o crédito rural, dificultado e até inviabilizando a tomada de crédito pelos produtores rurais para execução da safra (custeio). “Esse panorama de incertezas econômicas também inibe os investimentos de longo prazo. Esse cenário comprova o descompasso entre a visão do governo federal em relação à realidade e o desenvolvimento do meio rural”, aponta. Segundo Eduardo, os juros altos e a burocracia pública afastam os produtores que precisam de crédito para produzir.