ECONOMIA

Mercado projeta inflação de 5% no final de 2025, aponta Focus

Descubra as projeções para a inflação no Brasil. Saiba mais sobre os números do boletim Focus e as expectativas do mercado financeiro -
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Descubra as projeções para a inflação no Brasil. Saiba mais sobre os números do boletim Focus e as expectativas do mercado financeiro - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (13), trouxe à tona preocupações sobre a economia brasileira ao apontar que a previsão do mercado financeiro para a inflação deste ano subiu para 5%, ligeiramente acima dos 4,99% registrados na semana anterior. A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, é esperada para reduzir para 12% em 2026, embora ainda permaneça em um patamar elevado.

Inflação

A inflação projetada para 2026 é de 4,03%, enquanto o crescimento econômico para 2025 está estimado em 2,02%. Além disso, o câmbio do dólar deve se manter em R$ 6 tanto para 2025 quanto para 2026, consolidando um cenário econômico desafiador.

O cenário atual, com inflação a 5%, Selic a 15% e dólar a R$ 6, espera um crescimento econômico de 2%. A situação exige atenção estratégica da equipe econômica, que enfrenta o risco de minar a confiança dos investidores e a percepção popular sobre a gestão econômica. De acordo com a cientista social, Deysi Cioccari, o dilema entre estabilidade macroeconômica, crescimento econômico e controle inflacionário é recorrente na história brasileira, mas sua resolução requer decisões políticas firmes e transparentes, que não podem ser adiadas sem custos.

Com juros elevados e pressões por reformas estruturais, o aumento da inflação projetada evidencia a fragilidade econômica do Brasil. Por outro lado, Cristiano Beraldo aponta que o país se torna atraente para especuladores, mas desafiador para empreendedores que buscam expandir seus negócios. A alta do dólar pressiona a inflação, e a Petrobras pode ser forçada a repassar aumentos nos preços dos combustíveis, impactando toda a cadeia de consumo.

Inflação 2024

Segundo o IBGE, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,52% em dezembro, fechando o ano com alta de 4,83%. A alta no mês passado decorreu de elevação de preço nos alimentos (carnes e alimentação fora do domicílio), transportes (passagens aéreas e locomoção por aplicativos) e vestuário (entrada de nova coleção).

Além das altas desses itens, a inflação foi disseminada. O índice de difusão, que mede a porcentagem de itens com variação positiva, subiu de 58% para 69% na passagem de novembro para dezembro. Em outras palavras, a inflação foi bem mais espalhada. Alta de preços de produtos industrializados e de serviços são sinais claros de inflação de demanda, o que preocupa.

A preocupação com a alta de preços se torna ainda maior em 2025, pois este ano carrega a inércia inflacionária de 2024. Muitos contratos serão reajustados com base na inflação de 2024, retroalimentando o processo inflacionário.