Cotidiano

Pressão de fundos ?abutres? precipitou recuperação judicial da Oi

RIO – A pressão exercida pelos chamados fundos ?abutres? precipitou o pedido de recuperação judicial da Oi, justificou a companhia em petição apresentada na terça-feira à Justiça americana. Em paralelo ao processo brasileiro, a operadora solicitou ontem à Justiça de Nova York a cobertura do chamado ?Chapter 15? para proteger contra credores seus ativos nos EUA. Segundo fontes próximas ao processo, a companhia obteve nesta quarta-feira a proteção judicial em território americano.

?Apesar das negociações em curso, a companhia é atualmente alvo de certos fundos hedge que vêm cercando a companhia em dificuldades desde o fim de 2015?, disse a Oi na petição, apresentada ao Tribunal Distrital de Nova York. ?A ameaça de ações adversas adicionais por credores e a necessidade de um foro centralizado para facilitar sua reorganização levou a companhia a iniciar preparativos para uma recuperação judicial forma, que culminou com a petição apresentada no Brasil.?

A Oi citou especificamente o Aurelius Capital Management, fundo de investimento americano especializado na compra de papéis de caráter especulativo, emitidos por governos e países em dificuldades.

?Em março de 2016, o fundo Capricorn ? associado do Aurelius Capital Management ? entrou com ações envolvendo a Oi e subsidiárias e seus atuais e antigos diretores na Holanda, apesar de cláusulas nos documentos referentes às dividas que vedavam ações judiciais?, acrescentou a operadora.

O fundo Capricorn sustentava em seu processo na Holanda que a Oi não conseguiria pagar ? 2,8 bilhões recebidos por meio da subsidiária Oi Holanda.

Em sua petição nos EUA, a Oi afirmou que buscava estender a proteção aos EUA para evitar execução ?ou interferência de credores oportunistas.?

Procurado, o fundo Aurelius não quis se manifestar.