Niterói ? A rede D?Or anuncia a ampliação de seu hospital em Santa Rosa, com a construção de um novo prédio de 16 andares que deve ser iniciada ainda este ano, em terreno anexo ao atual, nas esquinas das ruas Santa Rosa e Mariz e Barros, ao custo de R$ 200 milhões. A área construída será de 35.600 metros quadrados, e as obras devem ser concluídas até 2019. O número de leitos saltará dos atuais 58 para 300, na unidade, que atende, hoje, uma média de 2.500 pacientes por mês na emergência. Após a ampliação, a previsão é que este número suba para 12 mil no mesmo período. Outra expectativa é que o hospital chegue a contratar até três mil funcionários. Hoje há 500 trabalhando no local.
Um novo Centro de Tratamento Intensivo (CTI) cardiológico já foi inaugurado há um mês, na sede atual. O espaço tem dez leitos isolados em quartos equipados, onde os acompanhantes podem ficar com os pacientes.
? Nos últimos anos, a cidade vem sofrendo com o fechamento de hospitais cardiológicos, como o Procordis e o Centrocardio. Então, o doente agudo, enfartado, ficou sem opção. A inauguração é uma oportunidade de negócio para a gente e, por outro lado, uma chance de atender a população, que ficou insegura ? afirma Guilherme Villa, diretor executivo do Niterói D?Or.
Ele ressalta que, apesar de ser um hospital geral, no último ano o Niterói D?Or assumiu grande número de atendimentos de pacientes cardíacos.
? Era esse o perfil dos pacientes do CTI geral. De 50% a 60% já eram doentes coronarianos. Provavelmente, a falta de opções na cidade acabou acarretando isso ? explica.
Os planos preveem também a ampliação da capacidade de realização de cirurgias na rede em Niterói, pois, segundo Villa, um dos objetivos do negócio é evitar que os pacientes procurem atendimento no Rio. A previsão é que a unidade de Santa Rosa tenha um total de dez salas de cirurgia, divididas entre a nova e a antiga sede, na Avenida Sete de Setembro, que serão interligadas. Além disso, o novo hospital terá um centro especializado no tratamento de acidente vascular cerebral (AVC).
? Temos um projeto que talvez seja implementado antes da conclusão do prédio novo de criar um centro para o tratamento de pacientes com derrame. Haverá um CTI especializado em pacientes neurológicos ? adianta Villa.
Outra novidade é que a rede analisa a implantação do atendimento pediátrico em Niterói.
? Estudamos essa possibilidade também, a partir do momento em que teremos dois prédios. Apesar de o setor materno-infantil não ser o nosso foco de negócios, é uma necessidade da população. Hoje, se colocarmos pediatria aqui, acabou o hospital! Com o prédio novo, isso passa a ser uma possibilidade ? diz Villa.
O terreno, vizinho ao atual, pertencia à construtora Soter e foi adquirido pela rede no início do ano. A ideia da empreiteira era construir um prédio residencial no local.
? Era o último espaço remanescente na região. O projeto está pronto, mas um hospital tem muitos detalhes funcionais. Às vezes, os planos iniciais e finais têm diferenças muito grandes. Há conversas com os especialistas de cada área, mas os planos sempre mudam um pouquinho. Então, tudo vai sendo revisado, e sempre há modificações, mas a estrutura central está definida ? garante Villa.
atendimento inteligente em 20 minutos
O objetivo da rede é começar as obras até o final do ano. De acordo com o diretor, a data ideal seria o início de outubro.
? Temos essa previsão, mas, até reforma de casa, reforminha de banheiro, muda o cronograma. Toda a parte de legalização do projeto está em andamento. Seguimos o processo normal, se as autorizações saírem antes, o início pode ser até adiantado ? explica.
Na nova unidade a rede poderá implantar o sistema de triagem ?smart trek?. A estrutura do prédio atual, que, antes de ser adquirido pela D?Or, era um hospital de cirurgia plástica, não permite este tipo de atendimento.
? No futuro modelo, já implantado nas unidades do Rio, trabalhamos conceitos da Fórmula 1. Hoje, por conta das características prediais da sede atual em Niterói, ele não funciona. A triagem tradicional, aqui, separa quem deve ser atendido imediatamente e quem deve esperar. Não gostamos disso, porque, com esse sistema, o hospital assume a incompetência de lidar com um grande volume de atendimentos. No ?smart trek?, o atendimento é imediado. Esse sistema nos permite cumprir a meta de, em 20 minutos, fazermos a avaliação inicial. E isso possibilita que 60% dos clientes voltem para casa, levando a prescrição médica ou que sejam encaminhados para outros procedimentos.