SUSTENTABILIDADE

Cooperativas de Cascavel também vão receber pela triagem do lixo reciclável

Para receber, as cooperativas devem seguir regras e realizar anualmente a prestação de contas ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). Foto: Secom
Para receber, as cooperativas devem seguir regras e realizar anualmente a prestação de contas ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). Foto: Secom

O lixo que a dona de casa pode destinar ao local correto fará a diferença na vida de muitas pessoas. Em Cascavel, apenas 6% do lixo que pode ser reciclado recebe o final desejado, o que representa um grande montante e que mantêm o trabalho de um grupo de trabalhadores divididos em seis cooperativas espalhadas em diversas regiões da cidade. Da casa dos cascavelenses, o lixo é levado pelos caminhões até as cooperativas, para ser triado, ou seja, separados para receberem a destinação correta.

Ao longo dos anos este trabalho de triagem não era remunerado aos cooperados, que muitas vezes com pouco material, sofriam com os baixos valores recebidos.

Para tentar incentivar as cooperativas a Secretaria Municipal de Meio Ambiente criou o Programa Sustentar, uma política pública que faz esse pagamento extra as cooperativas, já que elas recebem pelos materiais reciclados e vendidos. 

A lei que instituiu o programa foi aprovada ainda em 2022, mas a regulamentação ocorreu apenas no fim do ano passado e agora é que as cooperativas passaram a receber. O esquema é o seguinte: de 1 a 50 toneladas é repassado o valor de 4 unidades fiscais municipais, R$ 58,17, por tonelada, ou seja, um pouco mais de R$ 230,00 a tonelada. Quando a produção fica acima de 51 toneladas, o valor passa a ser de 5 unidades fiscais, de R$ 290,85.

Para este ano o Município disponibilizou o valor de R$ 1,4 milhão no orçamento para o repasse dos valores e, para o próximo ano já trabalha um valor para isso, que a partir de agora será permanente. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Aílton Lima, ao todo a cidade conta com seis cooperativas, cada uma em um ecoponto e todas, a partir de agora, passam a receber, já que a ideia é incentivar os funcionários e fortalecer o serviço.

Ele lembrou que o Município fez uma reestruturação deste setor com a construção dos ecopontos, equipamentos visando melhorar o setor da educação ambiental, mas que ainda falta uma maior participação da população de fazer a sua parte. “Vemos que é um incentivo para que possamos avançar na questão da sustentabilidade do Município”, disse.

Para receber, as cooperativas devem seguir regras e realizar anualmente a prestação de contas ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas o valor que é repassado deve ser rateado entre os cooperados, não podendo ser utilizado para fazer o pagamento de outras despesas da cooperativa, já que o objetivo é de melhorar a renda dos integrantes.

Para o presidente da cooperativa Coopercaju que está instalada no Ecoponto da Manaus, Claudinei Lima de Farias, no último mês o valor foi importante já que cada um dos 22 cooperados recebeu cerca mil reais pela triagem, já que eles conseguiram realizar a produção de 75 toneladas. “Quanto mais a gente trabalha mais a gente ganha e isso é bom. Além disso, o preço do material também aumentou um pouco e fica melhor para nós”, disse ele. Um dos principais produtos que é o papelão passou de R$ 0,35 o quilo para R$ 0,75 o quilo, já o plástico pet de R$ 1,90 para R$ 3,30.

Moeda planeta

Outra mudança com a regulamentação da lei é a instituição da Moeda Planeta, mas que ainda não tem previsão dela ser implementada. Ela será uma ferramenta de educação ambiental, incentivando a população a separar e encaminhar materiais de forma adequada. Ela trará um sistema de cashback, incentivando os cidadãos a entregar materiais recicláveis em pontos específicos determinados pelo município. Esses materiais se transformarão em pontos que poderão ser trocados por objetos dentro de uma loja Planeta que ainda será estruturada.