BUENOS AIRES – As Avós da Praça de Maio confirmaram nesta quarta-feira a descoberta do neto número 120, de um total estimado em mais de 400 casos de filhos de presos políticos da última ditadura argentina (1976-1983), que foram roubados pelos militares após seu nascimento.
Como ocorreu em muitas outras histórias, o neto número 120, identificado como José Luis Maulín Pratto, foi entregue a uma família escolhida pelas autoridades militares da época, que o registrou como filho próprio.
José Luis conheceu sua verdadeira identidade em 2009, mas a Justiça da província de Santa Fe ainda não modificou seus documentos.
?Depois de conhecer sua história em profundidade, as avós decidiram incorporá-lo à lista de netos restituídos?, informou a ONG, em nota oficial.
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Ao contrário da maioria de outros netos recuperados, os pais de José Luis não estão desaparecidos. Ruben Maulín e Luisa Pratto estiveram sequestrados e foram torturados pelos militares, assim como vários outros membros de suas famílias, mas ambos sobreviveram. Avós da Praça de Maio
Os responsáveis pela apropriação ilegal de José Luis estão sendo julgados pelos tribunais de Santa Fe.
? Não tenho rancor, só quero justiça ? disse José Luis, 38 anos, casado e pai de dois. ? Espero que este julgamento seja curto e eu possa ter logo minha verdadeira identidade.
O promotor encarregado do caso, Martin Suárez Faisal, considerado que o caso faz parte do chamado ?plano sistemático de roubo de bebês?, já julgado e condenado pelos tribunais de Buenos Aires. Trata-se, para a Justiça argentina, de um delito de lesa Humanidade.
