Brincar é uma parte fundamental da infância, pois é através do lazer que as crianças desenvolvem seus sentidos e aprimoram suas capacidades sociais. Além de combater o estresse e a ansiedade, as brincadeiras também estimulam a criatividade, tendo um papel crucial em todo o desenvolvimento infantil. Ao ar livre, essas atividades podem ser ainda mais benéficas, como apontam diversos estudos.
O problema é que, conforme o tempo passa, vem sendo observada uma queda brusca na quantidade de crianças que têm a oportunidade de brincar fora de casa. Uma pesquisa realizada pela OMO, com 12 mil famílias de 10 países diferentes, aponta que 84% das crianças brincam no máximo duas horas por dia ao ar livre, enquanto 40% não chegam a passar nem uma hora em espaços externos.
À medida de comparação, os presidiários norte-americanos passam no mínimo duas horas ao ar livre para tomar suas doses diárias de sol – um número muito maior que a maioria das crianças ao redor do mundo. Os números apontam que os pequenos estão passando cada vez mais tempo dentro de casa, reforçando a necessidade de receberem incentivos para brincar mais do lado de fora.
De acordo com a ciência, todo tipo de brincadeira é benéfica para o desenvolvimento infantil, então passar muito tempo dentro de casa não é algo necessariamente prejudicial. O importante é que a criança tenha liberdade para fazer o que desejar durante o seu tempo, de forma que estimule sua criatividade e outras habilidades importantes. Contudo, brincar ao ar livre conta com seu próprio conjunto de benefícios.
Em um estudo publicado no periódico Health Education Research, pesquisadores norte-americanos apontam que os sentidos são mais explorados quando há contato com a natureza, além de as crianças aprenderem a trabalhar em equipe com brincadeiras mais cooperativas. Além de melhorar seu condicionamento físico, elas também conseguem se concentrar com mais facilidade, o que colabora contra problemas relacionados a TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade).
Uma série de fatores colaboram com este cenário atual, incluindo o receio dos pais de exporem seus filhos aos perigos das ruas e, principalmente, o excesso de dispositivos digitais disponíveis desde a infância. A maioria das crianças prefere passar seu tempo no celular, videogame ou televisão, uma prática que vem tirando seu interesse por brincadeiras mais saudáveis e estimulantes.
Nessas horas, cabe aos pais servirem de ponte entre seus filhos e as brincadeiras externas. Qualquer atividade é válida para manter o desenvolvimento e a saúde em dia, desde jogar bola até algo mais complexo, como uma partida de airsoft ao ar livre, com um fuzil de airsoft, ou até improvisando a brincadeira. O que importa é mantê-las estimuladas frequentemente para que não passem todo o seu tempo em frente a telas.
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