Curitiba – A região de Ponta Grossa deve assumir a liderança na produção de cevada na safra que começa a ser plantada agora. A primeira mostra é que a semeadura já iniciou nessa regional, representando uma alteração importante. Normalmente, o plantio começava em maio pela região de Guarapuava, que no ano passado foi a maior produtora. A alternância no espaço ocupado pela cevada no Paraná é uma das informações que estão no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 12 a 18 de abril. O documento é preparado pelos técnicos do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
MILHO E SOJA
O boletim apresenta, ainda, a previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de que a produção de soja no Brasil será de 146,5 milhões de toneladas. Mato Grosso manterá a liderança, com potencial participação de 26% desse total. Mesmo com os problemas climáticos, o Paraná segue entre os principais produtores.
A previsão para a produção nacional de milho é de 110,9 milhões de toneladas, com Mato Grosso novamente liderando. O Paraná deve ocupar a segunda posição. No entanto, a segunda safra brasileira foi prejudicada pelo clima e a tendência é que nas próximas estimativas os números sejam revisados para baixo.
FRANGO E PERU
No primeiro bimestre de 2024 as exportações paranaenses de carne de frango recuaram 0,1% em volume, passando de 326.802 toneladas em janeiro e fevereiro do ano passado para 326.464 toneladas agora. Em valores caiu de US$ 596,8 milhões para US$ 547,9 milhões, ou 8,2% menor. A maior parte das exportações, 97,4%, consistiu em carne de frango “in natura”, enquanto apenas 2,6% foi na forma de produtos industrializados, totalizando 20.119 toneladas.
O Paraná continua sendo o maior exportador de carne de frango do Brasil. Em seguida aparece Santa Catarina, com 183.091 toneladas Rio Grande do Sul, com 112.832 toneladas, São Paulo, com 42.,85 toneladas, e Goiás, com 36.731 toneladas. Os principais destinos da carne de frango brasileiro no 1º bimestre foram (volume / faturamento): China (80.480 toneladas e US$ 160,3 milhões), Emirados Árabes Unidos (78.207 toneladas e US$ 151,4 milhões); Japão (76.676 toneladas e US$ 149,2 milhões); Arábia Saudita (67.625 toneladas e US$ 137,3 milhões); e África do Sul (49.998 toneladas e US$ 24,7 milhões).
No Brasil, a exportação de carne de peru alcançou 7.298 toneladas no primeiro bimestre, resultando em receita de US$ 17,2 milhões. Em 2023 tinham sido 8.731 toneladas com arrecadação de US$ 22,2 milhões. O Paraná é o terceiro principal exportador (3.256 toneladas e US$ 2,6 milhões), atrás de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Produção de cevada
Na regional de Guarapuava, a Cooperativa Agrária centraliza os trabalhos de processamento da cevada e, em 2023, concentrou 48% (134 mil toneladas) das 278 mil toneladas de cevada produzidas no Estado. A região vizinha de Ponta Grossa, por sua vez, foi responsável pela produção de 109 mil toneladas (39%). No entanto, a estimativa para este ano é que haja redução de 16% na área total dedicada a essa cultura no Estado, caindo de 87,2 mil hectares para 73,4 mil. A maior queda é justamente no núcleo de Guarapuava, saindo de 43,2 mil hectares para 26 mil, ou 40% a menos.
Em compensação, a região de Ponta Grossa tem expectativa de acréscimo de 10%, passando de 31,7 mil hectares para 35 mil. Isso se deve principalmente à instalação da Maltaria Campos Gerais, a maior da América Latina. Fruto de investimentos de R$ 1,6 bilhão das cooperativas Agrária, Coopagrícola, Capal, Bom Jesus, Frísia e Castrolanda, a previsão é produzir 240 mil toneladas de malte por ano.