SÃO PAULO ? Troca de ataques marcou o início do penúltimo debate na TV neste primeiro turno entre os candidatos a prefeito de São Paulo, realizado na noite deste domingo. Mentiroso, má fé, ignorante e analfabeto político foram algumas das acusações feitas por Marta Suplicy (PMDB), Celso Russomanno (PRB), João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL).
O embate já começou acalorado com Marta e Russomanno acusando um ao outro de mentir para o eleitor. O deputado chegou a ameaçar processar judicialmente a senadora por uma inserção no horário eleitoral que o acusa de dar calote em funcionários de um bar que ele teve em Brasília e fechou no mês passado.
? Você foi multado pelo Procon porque fez propaganda enganosa e ontem a Justiça Eleitoral tirou sua propaganda eleitoral do ar por mentir a meu respeito. Você votaria num candidato que mente assim? ? perguntou Marta, no embate organizado pela Rede Record.
? Quem fez os primeiros ataques a mim foi você com mentiras como está fazendo agora de que eu não quitei os direitos dos trabalhadores do meu restaurante em Brasília. Eu trouxe aqui todas as quitações para te entregar. A senhora mente na TV quando afirma isso na TV e vai responder por isso na Justiça ? reagiu Russomanno, que relembrou uma passagem constrangedora da carreira de Marta durante a crise aérea quando ela era ministra do Turismo:
? Quando eu me proponho a fazer algo, eu cumpro. Quando eu estava nos aeroportos brigando pelo direito dos consumidores, a senhora estava em Paris dizendo para o pessoal relaxar e gozar ? disse o deputado, sendo aplaudido pelos correligionários no auditório.
O clima de enfrentamento em frente às câmeras se repetiu nos bastidores. Por mais de uma vez, o mediador do debate teve que pedir aos convidados para não se manifestarem durante as respostas dos candidatos.
Doria e Erundina também protagonizaram um embate ríspido. Ao perguntar sobre as propostas da adversária para aumentar a eficiência na gestão da cidade, o tucano endereçou uma crítica à deputada:
? Eu não sou político, sou um gestor. Diferente de você vou fazer uma gestão empreendedora facilitando a vida das pessoas e dos microemepresários para a geração de empregos. O que me diferencia de você é que eu quero socializar a riqueza enquanto você quer socializar a pobreza ? afirmou Doria.
Erundina respondeu ao tucano chamando-o de “ignorante e analfabeto político”.
Ex-colegas de PT, Marta e Haddad também partiram para o confronto quando debateram sobre a proposta da candidata de retomar a inspeção veicular na cidade. O petista insinuou em sua pergunta que a senadora estaria defendendo essa ideia por interesse de um de seus aliados, o ministro Gilberto Kassab (PSD).
? A proposta de voltar a inspeção veicular na cidade é uma convicção sua ou do seu aliado Gilberto Kassab que tem tanto apreço por esse contrato? ? perguntou Haddad.
A senadora, que havia ficado insatisfeita com críticas feitas por Haddad ao governo dela na prefeitura, do qual ele foi auxiliar na área de Finanças, reagiu, acusando-o de má fé.
? Hoje você está primoroso na má fé, Haddad.
Numa postura também ofensiva contra Doria, enquanto discutiam sobre ações para combater a cracolândia, o prefeito se referiu ao tucano como “bajulador” de investidores. Doria não teve oportunidade de responder à acusação.
Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou João Doria com 25% das intenções de voto, seguido de Celso Russomanno (PRB), com 22%, Marta (PMDB), com 20%, Fernando Haddad (PT), com 10%, e Luiza Erundina (PSOL), com 5%.
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