RIO – O velejador brasileiro Jorge Zarif disse, nesta quinta-feira, que é “lamentável” que a organização das regatas da Olimpíada tenha escolhido cores muito semelhantes de boias para duas classes diferentes em raias próximas. Ontem, ele se confundiu durante a última prova do dia e rumou para a raia errada. Ele chegou a protestar, mas teve seu pedido de reparação negado por um colegiado de jurados. Outros atletas também se confundiram, mas nenhum obteve sucesso nas reclamações. Zarfi classificou o episódio como “falta de experiência” da organização. Vela – 11.08
? Tinham duas raias, de Copacabana e Niterói, e as boias de uma estavam muito perto da outra. Com três metros de onda e 25 nós de vento, você não consegue ver a diferença de cor de boia. Uma era laranja escura, e a outra era vermelha. E eu e mais seis ou sete competidores passamos da boia (certa) e fomos para a boia errada. O júri falou que isso não foi determinante para a nossa decisão (de ir até a boia errada) e perdemos. Faz parte. No fim das contas, a culpa é nossa ? disse Zarif, que acrescentou:
? Mas é lamentável acontecer isso numa Olimpíada. Você colocar duas raias próximas com cores de boia parecida é falta de experiência mesmo. Deveria ser uma verde, outra azul. Não pode colocar uma laranja escuro e outra vermelho. Mas a culpa é minha.
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As regatas da classe Finn voltaram a acontecer fora da Baía de Guanabara nesta quinta-feira, no mesmo momento que as provas dos atletas da classe 470. Porém, segundo Zarif, as boias foram posicionadas de outra forma:
? Hoje eles puseram bem mais longe de uma para a outra. A boia de cima da raia de Niterói tinha ficado perto da boia de cima de Copacabana. Hoje não teve esse problema.
PEDIDO FOI REJEITADO
Depois de se confundir na quarta-feira, Zarif apresentou um protesto ? mecanismo no qual os atletas pedem algum tipo de reparação pelo que aconteceu durante a prova. Em seu pedido, o brasileiro requereu a anulação de seu resultado e, em troca, pediu uma média de pontos. O protesto, no entanto, foi negado.
De acordo com a decisão oficial, Zarif argumentou que as boias estavam próximas, entre 250 e 500 metros. O brasileiro velejou em direção à marcação errada por cerca de 200 metros até perceber que tinha se equivocado. As regatas do Finn foram realizadas na raia Niterói, enquanto as do Laser aconteceram na raia Copacabana.
A decisão coube a um colegiado de jurados com representantes da Noruega, Itália, Nova Zelândia, Argentina e Bermuda. Eles rejeitaram o pedido do brasileiro. Em sua conclusão, o júri disse que não houve nenhuma ação imprópria da comissão de regatas. Atletas dos Estados Unidos, Itália e Finlândia também cometeram o mesmo equívoco e pediram reparação, mas não tiveram êxito.